Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está em alerta quanto as operações logísticas nas eleições deste ano, especialmente na Amazônia. A severa seca tem sido observada com preocupação, visto que há municípios e comunidades bem distantes da capital.
Somente no mês de julho, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), cerca de 20 municípios estavam em situação de emergência. Diante deste quadro preocupante, o Tribunal se viu obrigado a pedir apoio da presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, que veio recentemente a Manaus.
Segundo dados apresentados ao TSE, mais de cem locais de votação já foram impactados pelo recuo dos rios na bacia amazônica. Além disso, estima-se que a estiagem possa gerar problemas de locomoção para cerca de 43 mil eleitores em 194 seções de votação. Não se descarta a possibilidade de modificação de alguns locais de votação devido à impossibilidade de acesso por vias fluviais.
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Com as dificuldades que a seca vem impondo ao pleito, é esperado um reforço na atuação das Forças Armadas, que historicamente contribuem com a Justiça Eleitoral no transporte das urnas. Além disso, outra medida que está sendo estudada é a antecipação do envio dos equipamentos eletrônicos para as regiões de difícil acesso, a fim de evitar maiores contratempos.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou, nesta terça-feira, 13/8, com a assessoria do TRE-AM, que destacou os desafios dos preparativos da eleição no estado.
“Como sempre, o maior desafio são as grandes distâncias em um Estado continental com a menor malha rodoviária do país. As distâncias, via fluvial, são muito grandes e há locais que, no mês da eleição, não há acesso fluvial. Nesses locais, costuma-se chegar via helicóptero. Nessa estiagem severa, aumenta o número desses locais inacessíveis por via fluvial. Desde o ano passado, o Tribunal está realizando estudos e desenvolvendo soluções para esses casos”, explicou o assessor Fábio Botelho.

De acordo com o TRE, os 62 municípios do Amazonas vão receber urnas eletrônicas. Na primeira fase, ao longo dessa semana, as urnas são embarcadas com destino aos entrepostos logísticos, chamados polos, onde será realizada a carga das urnas, que é a colocação das mídias onde vão as informações dos candidatos e eleitores, e dos lacres com assinatura do juiz e do promotor de cada zona eleitoral. Desses polos, as urnas vão para seus respectivos municípios e daí, para os locais de votação.
Fábio Botelho também explicou que o TRE-AM se prepara para este importante momento eleitoral constantemente. “A preparação para as eleições nunca para. São todos os dias, nos 365 dias por ano, são realizados testes exaustivos nas cerca de 9 mil urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições. Cada urna é testada pelo menos 3 vezes entre uma eleição e outra. Por isso, há um índice muito baixo de defeitos no dia da eleição”, destacou.
Segundo o TRE, no ano da eleição são intensificados os trabalhos com transporte, preparação das urnas, treinamento dos mesários, preparação do material para uso nas eleições, verificação de cada local de votação (muitas vezes são trocados por não oferecerem condições para a realização do pleito), entre muitas outras tarefas.


Embarque das urnas eletrônicas
Desde segunda-feira, 12, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas envia as urnas eletrônicas para o interior. Nesta primeira fase vão ser levadas cerca de 2.879 aparelhos para 14 cidades do AM. O embarque das urnas será em caminhões de uma transportadora e encerra nesta sexta-feira, 16.
“Estas urnas, quando chegarem ao destino, vão para os municípios polo, e vão ser guardadas nos cartórios eleitorais. Depois da carga e lacre, vão para seus municípios de destino, de onde saem para os locais de votação, normalmente na véspera ou antevéspera da Eleição”, informou o órgão.
Segundo o assessor do TRE-AM, a informação mais importante para a população [ribeirinha] é a necessidade de votar com consciência, em candidatos realmente comprometidos com a melhoria da vida das comunidades.
“Denunciem a tentativa de compra de voto e não deixem de ir votar. O TRE-AM não tem medido esforços para colocar os locais de votação o mais próximo possível da maioria das comunidades”, finalizou Fábio Botelho ao riosdenoticias.com.br