Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Os produtores rurais de Apuí na região Sul do Amazonas, realizaram um protesto nesse sábado, 21/6, contra ações que consideram abusivas e desproporcionais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra eles.
A pré-candidata ao Governo do Amazonas pelo Partido Liberal, Professora Maria do Carmo se solidarizou com a população do município e o PL emitiu uma nota em apoio aos apuienses.
Leia também: Com apoio de Bolsonaro, Maria do Carmo estreia nas inserções partidárias do PL
Em suas redes sociais a professora questionou a gestão da presidência da República sobre o agronegócio na região.
“Lula, me responda, quais são suas políticas de incentivo à agricultura? Quando você vai permitir que o agro se desenvolva no Amazonas? Vocês viram o que está acontecendo em Apuí e Matupi? Plantações inteiras foram destruídas por falta de ‘licenças ambientais’, que mais servem para massacrar os agricultores e acabam com o sustento das pessoas”, destacou.
Repercussão
No Instagram, internautas apoiaram o posicionamento de Maria do Carmo. “Tanta sabedoria, professora, coerente com as palavras e mostrando a verdade”, “Nosso estado é rico, só precisa de um olhar pelas autoridades” e “Precisamos de uma estrada digna. Precisamos de um Estado para que o povo tenha uma vida digna” , entre outras mensagens.
Nota de Repúdio PL
O Partido Liberal Amazonas também emitiu uma nota em apoio aos produtores rurais de Apuí. O comunicado feito no Instagram diz que o PL acredita no trabalho, na produção e no desenvolvimento do estado e vem a público manifestar seu total repúdio aos atos de destruição promovidos pelo Ibama nas propriedades de pequenos e médios produtores rurais do município.
“Essas ações, além de ferirem o direito à propriedade privada e o esforço de quem vive do trabalho honesto no campo, agravam ainda mais a já delicada situação econômica da região, gerando insegurança, desemprego e desabastecimento”, destacou.
A nota assinada pelo presidente estadual do PL, Alfredo Nascimento, ressaltou que a produção rural é base essencial da economia de Apuí, sustentando famílias e movimentando o comércio local. “Não podemos aceitar calados a destruição de equipamentos e estruturas construídas com tanto suor e sacrifício”, ressalta.
Em sinal de solidariedade e protesto pacífico, o PL declarou seu apoio à decisão dos comerciantes de manterem os estabelecimentos comerciais fechados no sábado, 21, como forma de manifestação contra essas ações abusivas e desproporcionais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
“Reafirmamos nosso compromisso com os trabalhadores do campo e com todos que lutam diariamente para produzir, gerar empregos e sustentar essa terra com dignidade. Estamos ao lado de Apuí e de todos os amazonenses que acreditam em um Brasil mais justo, produtivo e livre. Apuí unido em defesa de quem trabalha, produz e sustenta esta terra”, finalizou.
Economia
A principal fonte de renda do município de Apuí, é a agricultura e pecuária. Apesar de o município ter se desenvolvido a partir da década de 1970 com a ocupação de colonos, a economia local se consolidou com a atividade agropecuária.
O município se destaca como o maior produtor de café do estado do Amazonas. A agricultura e a pecuária são atividades importantes para a economia local que possui um potencial turístico ainda não explorado.
Sua economia também se beneficia da pesca, extração de madeira e outras atividades relacionadas à floresta, embora o agronegócio seja a principal fonte de renda.
Ibama se posiciona
De acordo com o Ibama, a operação mencionada “ocorreu em propriedade que possuía mais de 15 mil hectares de terra grilada dentro de um assentamento da reforma agrária, onde vinham sendo criadas mais de cinco mil cabeças de gado em área pública federal desmatada ilegalmente. Até o momento, já foram computados cerca de 5 mil hectares de área de reserva legal desmatada dentro dessa propriedade”, informou o órgão.
Ainda de acordo com o órgão, “o Ibama buscou garantir o efeito prático da ação ambiental. Para isso, o Instituto seguiu as diretrizes do Artigo 112 do Decreto 6.514/08, o qual prevê a demolição de obra, edificação ou construção não habitada e utilizada diretamente para a infração ambiental no ato da fiscalização nos casos em que se constatar que a ausência da demolição importa em iminente risco de agravamento do dano ambiental ou de graves riscos à saúde”, pontuou.