Elen Viana – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou polêmica ao se referir à ministra Gleisi Hoffmann como uma “mulher bonita” ao justificar sua escolha para melhorar a relação com o Congresso.
A declaração, feita nessa quarta-feira, 12/3, durante um evento com a presença dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi amplamente divulgada e criticada por ser considerada machista e preconceituosa.
Em entrevista ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, o advogado e analista político, Carlos Santiago, afirmou que falas desse tipo acabam excluindo a capacidade técnica e profissional da ministra, além de desviar o foco dos problemas reais do país.
“Pautas não melhoram a vida dos brasileiros. Esse discurso identitário, que envolve tanto a esquerda quanto a direita, muitas vezes enfatiza o gênero, a raça e o local de nascimento, empobrecendo o debate público. Isso cria uma dicotomia que não contribui para a igualdade e para a resolução dos problemas sociais que afetam o Brasil”, disse analista político.
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O especialista também destacou que o excesso de discussões identitárias acaba tornando os debates públicos menos produtivos.
“Quando essas concepções dominam os debates públicos, temas realmente importantes ficam em segundo plano. O foco se desvia para questões secundárias, como falas polêmicas, enquanto a política deveria estar voltada para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. O debate identitário, muitas vezes, ofusca o que realmente importa: políticas públicas eficazes e soluções concretas”, afirmou o analista político.
Repercussão
O comentário do presidente Lula gerou diversas reações, tanto de apoio quanto de críticas. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) escreveu em seu perfil oficial no X (antigo Twitter):“Hoje vai faltar pano para as feministas”.
Já o ex-candidato à Presidência e fundador do Novo, João Amoêdo (sem partido), afirmou em seu perfil no X que o presidente conseguiu, em sua declaração, ofender tanto a ministra Gleisi quanto “ofender o Congresso, as mulheres e o cidadão brasileiro”.