Fábio Leite – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após a grande repercussão do caso do alemão Wolfgang Brog, de 75 anos, acusado de abusar sexualmente de uma adolescente durante nove anos, no Amazonas, em conivência com sua mãe, deputados federais do Estado repudiaram o ato e prometem medidas duras.
A adolescente gravou o próprio estupro e denunciou o empresário e todo esquema de exploração sexual. A vítima era obrigada a usar correntes e algemas durante o ato, e, inclusive foi obrigada a colocar piercings no rosto por ordem do estuprador.
O alemão Wolfgang Brog, dono da pousada ‘Cheiro de Mato’, em Novo Airão, está foragido. A mãe da garota, de nome não informado, foi presa durante a operação ‘Medeia’, realizada pela Polícia Civil do Amazonas. De acordo com as investigações, a mãe explorava sexualmente a filha em troca de dinheiro, presentes, e outros bens materiais.
“Vamos entrar em contato com a embaixada da Alemanha para extraditar e prender esse monstro”
Fausto Junior, deputado federal
O deputado pelo Amazonas (União Brasil) classificou o crime como cruel e tomará providências para a prisão do alemão. “Estou à disposição para ajudar com todos os recursos necessários para ampliar toda e qualquer investigação em relação a crimes de pedofilia”, completou Fausto.
Para o deputado Amor Mandel (Cidadania), a repetição de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes na Amazônia é pela “falta de presença do Estado brasileiro na região”.
Estou propondo uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] para investigar as omissões e as ações dos órgãos no caso do tráfico de pessoas no interior do Amazonas e da Amazônia”
Amom Mandel, deputado federal
O parlamentar também ressaltou que caso medidas não sejam tomadas uma “crise humanitária e o descumprimento do tratado internacionais por parte do Brasil”, completou.
Caso
De acordo com as investigações, a mãe e a tia da garota, além do alemão exploravam a adolescente, hoje com 15 anos, desde os seis. Durante os abusos, o homem colocava algemas na garota, numa espécie de fetiche.
“O caso trata-se de exploração de comércio onde há uma troca da parte de quem oferece e da pessoa que comete o delito. Além da mãe da vítima, outros membros da família também tiravam vantagens da situação”
Joyce Coelho, titular Depca
Para a delegada o video que a adolescente fez em um dos encontro “é uma prova irrefutável“. A própria vítima gravou o vídeo, do momento em que ela estava sendo abusada sexualmente por Wolfgang, que tinha “fetiches”.
As investigações seguirão para averiguar se o local era usado para o comércio de vítimas de exploração sexual. “Acreditamos que além dessa vítima, possam existir outras, bem como outros autores. Vamos averiguar todo o material apreendido”, disse a delegada.