Redação Rios
BRASÍLIA (DF) – Os réus do caso Dom e Bruno terão os depoimentos anulados e colhidos novamente após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que decidiu acolher, em parte, um habeas corpus dos três acusados.
Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima foram ouvidos na última semana, mas após decisão, precisarão ser ouvidos novamente. Eles são acusados pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, mortos em junho do ano passado em uma emboscada na região amazônica.
Testemunhas de defesa também devem ser ouvidas, determinou o TRF1 depois que o juiz Fabiano Verli, responsável pelo caso na primeira instância, ter negado as oitavas.
Nos depoimentos da semana passada, os réus voltaram atrás na confissão que haviam feito à polícia e passaram a sustentar uma versão segundo a qual agiram em legítima defesa. Foi a primeira vez que os três se manifestaram perante o juiz.
Com a decisão do TRF1, segue em aberto a possibilidade de que defesa e acusação solicitem novas diligências, como juntada de documentos, expedição de ofícios e requerimento de informações.
Ao final da instrução da ação penal, as partes no processo deverão ter a oportunidade de apresentar suas alegações finais. Em seguida, o juiz responsável deverá decidir se o caso irá a júri popular. Não há prazo para essa decisão.
Histórico
O correspondente do jornal britânico The Guardian e o indigenista foram executados em junho de 2022. Eles articulavam um trabalho conjunto para denunciar crimes socioambientais na região do Vale do Javari, onde há a maior concentração de povos isolados e de contato recente do mundo.
Dom Phillips pretendia, inclusive, publicar um livro sobre as questões que afetam o território e fazia apuração das informações, na época. Na Terra Indígena Vale do Javari, encontram-se 64 aldeias de 26 povos, com cerca de 6,3 mil pessoas.
As autoridades policiais colocaram sob suspeita pelo menos oito pessoas, por possível participação nos homicídios e na ocultação dos cadáveres. No final de outubro de 2022, o suposto mandante do assassinato, Rubens Villar Pereira, foi posto em liberdade provisória após pagar fiança de R$ 15 mil.
*Com informações da Agência Brasil