Vitória Freire – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Um desentendimento entre a vereadora Professora Jacqueline (União Brasil) e o colega de bancada, Raulzinho (PSDB), gerou uma mobilização nas redes sociais, liderada pela bancada feminina da Câmara Municipal de Manaus (CMM) contra a violência política de gênero.
As vereadoras Glória Carrate (PL), Thaysa Lippy (Progressistas) e Yomara Lins (PRTB) realizaram uma publicação conjunta, em seus perfis no Instagram, afirmando: “merecemos respeito.”
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As parlamentares acreditam que o vereador Raulzinho desrespeitou a Professora Jacqueline durante sessão plenária desta terça-feira, 27/2, ao acusá-la sem provas de irregularidades, para tentar tirar o foco das denúncias que a parlamentar apresentava.
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“A CMM possui apenas quatro vereadoras, o que não representa nem 10% do total de vereadores da Casa e esta minoria se sentiu totalmente constrangida diante do fato desrespeitoso por parte de alguns vereadores da Casa, após o pronunciamento da vereadora Jacqueline”, destacaram as vereadoras na legenda da postagem colaborativa.
O que motivou a discussão?
Durante a sessão de hoje, a vereadora Professora Jacqueline fez uso da tribuna para relatar que mais de 40 gestores de escolas municipais estariam sendo alvo de perseguição por parte da Prefeitura de Manaus, supostamente devido às suas relações próximas com a parlamentar.
“Esta é a gerência que mais tirou diretores. Por quê? Porque eram minhas amigas, minhas conhecidas. Basta dizer assim, [qual] o critério para você sair? Conheça Jacqueline, tenha uma foto com Jacqueline ou curta a minha página (…) Me aponte um gestor que foi substituído porque era incompetente. Eles foram tirados porque eram meus amigos”, afirmou Jacqueline.
O vereador Raulzinho contra-argumentou a parlamentar, sugerindo que Jacqueline estaria criticando uma ação que ela mesma teria cometido no passado, alegando que os gestores estariam sendo substituídos devido à indicações políticas.
“Ver a senhora na tribuna reclamando me deixa estarrecido, porque eu mesmo como vereador fui vítima de Vossa Senhoria (…) todas as escolas da comunidade do Mutirão e Novo Aleixo, todas eram obrigadas a ajudar Vossa Excelência (…).Vossa Excelência sempre ganhou eleições com esse aparelhamento”, acusou Raulzinho.
“Eu sei fazer o caminho certo. O senhor lembra, quando conseguimos chamar um cadastro de reserva de mais de 5 mil professores? Isso não é aparelhamento não, é força política e saber falar (…) O senhor me respeite, não seja leviano, porque o senhor vai ter que provar isso”, retrucou Jacqueline.
O posicionamento de Raulzinho desencadeou uma acalorada troca de farpas na Câmara Municipal de Manaus.
Posteriormente, os demais vereadores da oposição manifestaram solidariedade à parlamentar e o presidente Caio André teve que intervir, solicitando respeito ao decoro parlamentar.