Júlio Gadelha- Rios de Notícias
MANAUS (AM) – As obras do complexo viário na Bola do Produtor, em Manaus, se tornaram foco de críticas na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta segunda-feira, 2/9, resultando na apresentação de um requerimento para cobrar explicações detalhadas sobre o projeto.
No entanto, o requerimento foi rejeitado com 18 votos contra e 11 a favor. Portanto, as informações solicitadas, que poderiam garantir maior transparência sobre a obra, não serão fornecidas.
A construção, que teve início há oito meses e está orçada em R$ 82,8 milhões, é fruto de um convênio entre o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus. Recentemente, a faixa que liga as avenidas Autaz Mirim e Camapuã foi liberada para o tráfego no sentido Centro/bairro.
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Contudo, vereadores levantaram preocupações sobre a engenharia da via, que inicia com duas faixas de trânsito e termina com apenas uma. Segundo o vereador Lissandro Breval (PP), autor do requerimento, a decisão de inaugurar a alça de acesso pode ter sido apressada para evitar a remoção de uma linha de alta tensão e a desapropriação de parte da Feira do Produtor.
“O que parece é que fizeram a inauguração daquela alça para ser neste ano, mas não contemplaram as duas vias, pois isso exigiria a remoção da linha de alta tensão e a desapropriação de parte da feira (do produtor)”, disse o vereador Lissandro Breval.
O vereador William Alemão (Cidadania) criticou o projeto, afirmando que a obra, em vez de melhorar o trânsito, pode piorá-lo. Ele comparou a situação ao viaduto na entrada do conjunto Manoa, que precisou ser refeito devido a erros no projeto inicial.
“É justamente para evitar isso que nós vivenciamos na cidade de Manaus: um viaduto que foi entregue pronto ali na entrada do Manoa e, simplesmente, teve que ser refeito por erro de projeto. […] A gente precisa discutir esses projetos e entender qual é a ideia deles. […] O que seria uma obra para melhorar o trânsito da região, com duas faixas, terminou com uma só; a grosso modo, vai piorar ainda mais”, afirmou o vereador William Alemão (Cidadania).
A estrutura também foi apontada como maléfica. O vereador Rodrigo Guedes (PP) alertou sobre uma curva acentuada no viaduto, descrevendo-a como “sinuosa e perigosa”, especialmente para ônibus que passam pelo local.
Diante dessas preocupações, o requerimento nº 15.756/2024, apresentado por Lissandro Breval, solicitava à Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) uma série de documentos, incluindo cópias de contratos, estudos de viabilidade e licenciamento ambiental, além de informações sobre as empresas responsáveis pela obra, a Construtora Amazonidas Ltda e a Engeti – Consultoria e Engenharia SS Ltda.
Breval justificou o pedido com base nos princípios de publicidade e transparência na administração pública, ressaltando a importância de garantir a correta aplicação dos recursos e a lisura do processo licitatório. O vereador enfatizou que o acesso a essas informações é fundamental para a sociedade e para assegurar que a obra seja efetivamente entregue à população de forma adequada e segura.