Leticia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar a derrubada de 80% do sistema de cotas oferecido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para estudantes da região, representantes estudantis e autoridades se manifestaram sobre a situação.
“Discordamos da decisão do STF de retirar o sistema de cotas. A UEA foi criada para atender a população amazonense e desenvolver o Estado. É preciso considerar as diferenças da região com as demais do país”, afirma a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), a amazonense Bruna Brelaz.
Em publicação nas redes sociais, Brelaz afirma que estudantes amazonenses lidam com barreiras geográficas e socioeconômicas. “A função da UEA é desenvolver não só a capital como o interior do estado e maior parte dos alunos de outras regiões voltam para sua terra de origem após a diplomação”.
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania) também se posicionou contra a decisão e destacou a importância das cotas para o acesso à educação por parte dos alunos de baixa renda no Amazonas.
“É impossível falar em garantir igualdade de condições de acesso quando claramente há uma disparidade em relação ao ensino e à condição socioeconômica no interior do Estado com o resto do Brasil”, disse o parlamentar.
Para Mandel, é fundamental rever a decisão do STF e considerar as características geográficas e socioeconômicas específicas do Amazonas antes de tomar decisões precipitadas que podem prejudicar a educação na região.
UEA se posiciona
Em resposta ao portal RIOS DE NOTÍCIAS, a UEA informou em nota que vai cumprir a decisão do STF, mas que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) irá estudar o caso.
“A UEA reforça que o sistema de cotas foi, durante os últimos anos, instrumento fundamental para o ingresso de alunos de rede pública, bem como alunos oriundos de municípios, democratizando o ensino superior no estado e atendendo as necessidades específicas em virtude das características peculiares do Amazonas”, trecho da nota.
Os ministros que votaram a favor da derrubada das cotas argumentam que a porcentagem destinada a esse sistema é muito alta, mas a votação não atingiu a quantidade de maioria necessária (seis votos), resultando em um placar de 5x4x1.