Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – “Eu acho que é tudo amazônico. É um terreno muito farto de cultura popular”, assim o cantor Wanderley Andrade definiu as semelhanças culturais entre os estados do Amazonas e do Pará.
Em entrevista exclusiva ao portal RIOS DE NOTÍCIAS, o ‘pop do brega’, exaltou os traços, os costumes, a música e a dança pertencentes da região Norte.
“Sem demagogia, eu não vejo muita diferença entre a cultura popular amazonense e a paraense. O que difere são algumas imagens, como a Igreja Nossa Senhora de Nazaré, que é a coisa mais linda. Em Manaus também tem muita coisa bacana, como o Teatro Amazonas. Então, estou em um lugar muito farto de cultura popular e gastronomia”, afirmou Andrade.
‘Por que só nós somos bregas?’
Segundo o artista, o gênero musical é visto no Pará como “um ritmo gostoso, com melodia simples e com uma letra que fala do cotidiano das pessoas, que brinca e que tira onda”, disse Wanderley ao refletir sobre o que pode ser ou não apontado como brega, e sobre as diversas conotações apontadas para o ritmo.
![Wanderley Rios](https://www.riosdenoticias.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Wanderley-Rios-300x200.jpeg)
“Por que nós somos bregas? ‘Pretty Woman’? Ele era brega. Eu sou uma mistura de rock e brega. Quando você parte para a letra vai dar no mesmo. Tem gente que diz ‘Wanderley é brega, eu gosto de MPB. Não entende nada, isso se chama hipocrisia”, explicou.
Isso porque, muitas músicas produzidas por artistas do Sul e Sudeste do país, que falam sobre amor e paixões, temas centrais nas músicas de Wanderley Andrade, não são classificadas como brega.
“A regra é falar de amor. Eu falo de amor, e se falar de amor é brega, eu vou permanecer cantando brega eternamente, sendo da vontade de Deus. Eu gosto de sentir as pessoas se emocionarem sobre algum caso que já passou por meio das minhas músicas”
Wanderley Andrade, cantor
Com o rock como inspiração, para Wanderley Andrade, há “toda” uma relação entre o rock e o brega. “O que fizemos aqui no Norte foi simplesmente dar uma pincelada, tirar um pouquinho do trabalho deles e implementar nossa música brasileira”.
História e carreira
O “ladrão de corações” também viajou no tempo e relembrou seus primeiros trabalhos como músico. A sua aproximação com a música começou aos 14 anos, com canções americanas. Conforme Wanderley, não houve nada planejado. Com o avô músico, a atividade musical passou a fluir na sua vida sem muita pretensão.
“Deus me deu o privilégio de estar onde eu estou, com músicas implementadas na cabeça das pessoas por todo e fora do Brasil. Eu não esperava isso, mas recebo com muita gratidão”, declarou o artista.
Nas redes sociais, o paraense conseguiu ter mais contato com o público de outros países, seja no México ou Lisboa. Mesmo com o sucesso e a visibilidade que expandiram as barreiras regionais e nacionais, Wanderley Andrade afirmou que a humildade sempre o guiou.
“Eu continuo um cara muito simples, então não tenho nenhum egocentrismo. Não é a fama, são as canções. Não é o dinheiro e nem nada. O dinheiro eu vou trabalhar para sempre ter para dar o melhor para minha família e para pessoas que precisam de ajuda”, concluiu.
Confira a entrevista na íntegra: