Patrick Motta Jr – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, nessa segunda-feira, 3/2, a condenação à prisão dos quatro acusados pelo incêndio na boate Kiss. A decisão foi realizada por meio de um julgamento virtual.
A segunda turma do STF confirmou a liminar do relator, ministro Dias Toffoli, por três votos a dois, validando a decisão do Tribunal do Júri de prisão. Os ministros Edson Fachin e Gilmar Mendes acompanharam o relator, divergindo de Nunes Marques e André Mendonça.
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Os quatro réus condenados à prisão são Elissandro Spohr (com pena de 22 anos e 6 meses), Mauro Hoffman (19 anos e 6 meses), Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha (ambos condenados a 18 anos de prisão). Elissandro e Mauro foram identificados como sócios fáticos da Boate Kiss, enquanto Marcelo dos Santos e Luciano Bonilha foram apontados como integrantes da banda Gurizada Fandangueira.
Relembre a tragédia
Considerado um dos maiores incêndios com vítimas do Brasil, o desastre na boate Kiss ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, resultando em 242 pessoas mortas e 636 feridas. Na ocasião, cerca de 1000 pessoas, entre universitários e jovens da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), se reuniam na festa “Aglomerados”, que ocorria no estabelecimento (com capacidade para aproximadamente 691 indivíduos), localizado na rua dos Andradas, no centro de Santa Maria (RS).
Durante a apresentação da segunda banda da noite, a Gurizada Fandangueira, um sinalizador de uso externo foi utilizado pelo vocalista da banda, soltando faíscas que atingiram o teto da boate, incendiando a espuma de isolamento acústico do local (que não tinha proteção contra fogo e é exigida pela legislação). Em cerca de 3 minutos, mesmo diante dos esforços de integrandes da banda com águas e extintores, uma fumaça espessa se espalhou por todo o local.
No início do incêndio, pessoas que estavam dentro do estabelecimento tentaram fugir mas tiveram dificuldades para sair por causa de interferência dos seguranças da boate, que acreditaram se tratar de uma fuga sem pagar. A falta de comunicação resultou em vítimas se perdendo no local e entrando nos banheiros da casa de shows, confundindo eles com as saídas de emergência, e morrendo por queimadas ou por asfixia. Nos toaletes estavam cerca de 90% dos corpos.