Redação Rios
MANAUS (AM) – No Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado no terceiro sábado de outubro, 18/10, o aumento no número de casos em Manaus acende um alerta entre autoridades de saúde e especialistas.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) mostram que, entre janeiro e outubro de 2025, foram registrados 2.479 casos de sífilis adquirida na capital — 63,7% em pessoas de 20 a 39 anos — e 1.287 entre adolescentes e jovens de 15 a 29 anos. No mesmo período, houve ainda 1.637 casos em gestantes e 222 notificações de sífilis congênita.
Os números acompanham a tendência nacional. Em 2024, Manaus havia contabilizado 5.589 casos de sífilis adquirida, 1.741 em gestantes e 417 de sífilis congênita.

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Já em nível nacional, o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde apontou, em 2023, 242,8 mil casos de sífilis adquirida, 86,1 mil em gestantes e 25 mil de sífilis congênita — responsável por 196 mortes no país.
Doença silenciosa e progressiva
O infectologista e consultor do Sabin Diagnóstico e Saúde, Marcelo Cordeiro, explica que a sífilis é uma infecção bacteriana transmitida, principalmente, por via sexual e que se desenvolve em estágios.
Na fase primária, o sintoma mais comum é uma ferida indolor, o cancro duro, que geralmente aparece nos genitais, ânus ou boca. Mesmo sem tratamento, essa lesão pode desaparecer espontaneamente.
“Se não for diagnosticada e tratada, a doença evolui para sintomas como febre, manchas na pele, dor de garganta e aumento dos gânglios linfáticos”, alerta o especialista.
Diagnóstico e tratamento
Apesar de grave, a sífilis é curável, reforça o médico. “O tratamento com antibióticos, especialmente a penicilina, é altamente eficaz. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são essenciais para evitar complicações e interromper a cadeia de transmissão”, destaca.
No caso das gestantes, a atenção deve ser redobrada. A sífilis congênita ocorre quando a infecção é transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez, podendo causar aborto espontâneo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, sequelas neurológicas graves e até a morte do recém-nascido.
“O pré-natal deve incluir testagem para sífilis no primeiro e no terceiro trimestres. Existem testes rápidos e exames laboratoriais mais detalhados, capazes de detectar a presença de anticorpos contra a bactéria. Em casos específicos, podem ser coletadas amostras de líquidos corporais, como o líquor, para análise”, explica Cordeiro.
Prevenção é fundamental
O uso de preservativos, tanto masculinos quanto femininos, continua sendo a principal forma de prevenção contra a sífilis. Além disso, o infectologista lembra que parceiros de gestantes diagnosticadas também devem realizar os testes e, se necessário, iniciar o tratamento para evitar novas infecções.
“O controle da sífilis depende de testagem ampla, educação sexual, acesso ao tratamento e, principalmente, do cuidado conjunto entre os parceiros. É uma responsabilidade compartilhada”, conclui o especialista.
*Com informações da assessoria











