Redação Rios
MANAUS (AM) – O consumo de medicamentos no Brasil aumenta a cada ano. Até 2027, a indústria farmacêutica do país deve expandir mais 30%, segundo previsão da consultoria Redirection Internacional. Com isso, cresce também a responsabilidade pelo ‘descarte adequado’ desses produtos, visto hoje como uma questão de saúde pública e proteção ambiental.
Nesse contexto, a ‘logística reversa’ surge como uma solução para minimizar os impactos causados por resíduos farmacêuticos, que podem se tornar um grande problema quando descartados de maneira incorreta.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica medicamentos como resíduos de risco “B”, ou seja, substâncias que, dependendo de características como inflamabilidade, corrosividade e toxicidade, podem contaminar o solo e a água, gerando sérios danos à saúde humana e animal. O fato reforça a necessidade de que todos os envolvidos, incluindo consumidores, fabricantes e distribuidores, assumam a responsabilidade por um descarte seguro e eficiente.
Muitos brasileiros ainda desconhecem os riscos ambientais e de saúde associados ao descarte inadequado de medicamentos. Jogar comprimidos vencidos no lixo comum ou despejar xaropes no esgoto, por exemplo, pode resultar na contaminação dos recursos hídricos, além de intoxicações acidentais em crianças e animais domésticos.
O que é logística reversa
A logística reversa é um processo que envolve a coleta, transporte e destinação final adequada de produtos considerados perigosos ou nocivos ao meio ambiente e à saúde pública. No caso dos medicamentos, ela prevê a criação de pontos de coleta em locais de fácil acesso, como farmácias e drogarias, onde a população pode levar os medicamentos vencidos ou sem uso para que sejam descartados de forma correta e segura.
Em 2020, o governo federal instituiu o ‘sistema nacional de logística reversa de medicamentos’, por meio do Decreto 10.388, tornando a coleta obrigatória em cidades com mais de 100 mil habitantes. O decreto estabelece responsabilidades para fabricantes, distribuidores, vendedores e consumidores.
Líder no varejo farmacêutico da região Norte, o Grupo Tapajós foi um dos pioneiros na implementação de pontos de coleta de medicamentos em Manaus, ainda em 2021, facilitando a adesão dos consumidores à prática de descarte correto. Atualmente, são 36 lojas com pontos de coleta distribuídos pela cidade em redes como Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma.
“O procedimento é muito simples. Basta o cliente levar as embalagens ou medicamentos de uso domiciliar até um dos pontos de coleta e fazer o descarte. Podem ser frascos, pílulas, caixas ou blisters (embalagem de plástico e alumínio). Os medicamentos podem estar abertos ou fechados, mesmo fora do prazo de validade”, explica Altair Ribeiro, gerente de prevenção e perdas da companhia.
Após o recolhimento, o material é destinado a uma empresa terceirizada que realiza o serviço ambiental de incineração, conforme a legislação vigente. “São emitidos certificados de descarte correto das embalagens e medicamentos, que ficam à disposição da Anvisa”, completa o gerente.
O que não se deve fazer
Manter produtos vencidos em casa é perigoso e pode causar intoxicações acidentais. Por isso é fundamental que a população saiba como não descartar medicamentos. Afinal, os consumidores desempenham um papel crucial no sucesso da logística reversa de remédios.
A responsabilidade começa dentro de casa, com a separação dos medicamentos vencidos e a escolha por descartá-los de maneira consciente. Verifique a existência de pontos de coleta próximos, como os disponibilizados pelas drogarias em Manaus e faça a sua parte.
*Com informações da assessoria