MANAUS(AM) – Arte, memória e música se encontram em espaços culturais de Manaus que preservam uma paixão que atravessa o tempo: o disco de vinil. Neste domingo, 20/4, Dia Nacional do Disco de Vinil, o Rolê Rios foi até dois locais que mantêm viva essa cultura e revelam que o amor pelos LPs segue firme entre colecionadores e curiosos.
Um desses lugares é o Império Sebo e Antiquário, no bairro Aparecida, que abriga mais de 200 mil discos. O espaço existe há 17 anos e é comandado pelo arqueólogo e jornalista Aldrim Almeida, natural de Tabatinga (AM), que começou a coleção ao se mudar para a capital.
“O vinil é uma cultura. Tem um processo envolvente: escolher pela capa, ler as informações, escutar com atenção… é uma experiência sensorial e afetiva que explica o retorno do formato”, explica Aldrim.
Império Sebo e Antiquário – (Fotos: João Dejacy/ Rios de Notícias)
Além dos LPs, o sebo também reúne uma variedade de objetos antigos e peças vintage: câmeras fotográficas, miniaturas, garrafas, cédulas, moedas, castiçais e muito mais — tudo que conquista colecionadores apaixonados por história e estilo retrô.
Onde o vinil nunca saiu de moda
O jornalista Diego Freitas é um dos frequentadores assíduos do espaço e conta que a paixão vem desde a infância. “Minha família tinha uma coleção grande de vinis, então eu cresci ouvindo. Gosto do som e dos chiados. É algo que me conecta com o passado e me faz bem”, afirma.
Outro ponto tradicional para encontrar relíquias em vinil é a Praça da Polícia, no Centro Histórico de Manaus. Lá, o livreiro Wanderley Gomes mantém sua banca com discos a preços que variam entre R$ 10 e R$ 60. Com duas décadas de experiência em sebos, ele garante que o vinil tem público fiel e crescente.
A busca por disco de vinil está crescendo em Manaus – (Fotos: João Dejacy/ Rios de Notícias)
“De uns cinco anos pra cá, a procura aumentou muito. Muita gente prefere o vinil à música digital. Acham o som mais encorpado, mais verdadeiro”, diz Wanderley.
No ritmo das agulhas e das boas lembranças, o vinil segue firme em Manaus — seja por saudade, por estilo ou simplesmente pelo prazer de ouvir música com alma.