Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Profissionais da educação municipal mobilizaram-se em um protesto na sede da Prefeitura de Manaus, bairro da Compensa, zona Oeste, nesta quarta-feira, 20/12. De acordo com a categoria, a manifestação é referente aos recursos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e à não concessão de abonos aos profissionais, somados ao descumprimento de planos de carreira e ao arrocho salarial em 2023.
O protesto começou à 8h da manhã e, após aglomerar dezenas de professores e profissionais da educação, representantes da Prefeitura solicitaram uma reunião com uma comissão composta por professores sindicalizados, não sindicalizados, discutindo possíveis soluções para a situação. Também foi protocolado um documento na Procuradoria Geral do município, exigindo transparência nos repasses do Fundo.

De acordo com o professor João Lúcio Anunciação, o motivo central da revolta é o não repasse do Fundeb, apesar do conhecimento da categoria sobre o aumento dos recursos em 2023 em comparação a 2022. A insatisfação se agravou com a promessa não cumprida de realização de concurso público.
“A insatisfação dos profissionais da educação é geral porque não há clareza nas finanças e no cumprimento das promessas feitas pela administração municipal, como o não cumprimento do planos de cargos, carreiras e remunerações no que tange às promoções verticais e horizontais”, esclareceu João.
Durante entrevista concedida na terça-feira, 19, o prefeito David Almeida apontou falta de recursos. “Esse ano nós recebemos menos do que o ano passado. E nós não temos saldo para fazer o abono este ano. Nosso compromisso é pagar a data-base no momento adequado“, declarou David.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrou em contato com a Prefeitura de Manaus para obter uma resposta sobre a manifestação dos professores e aguarda o retorno.
Manifestação
A categoria, ciente de que o recurso recebido em 2023 superou o de 2022, exige esclarecimentos sobre a não realização do pagamento do abono.
A estimativa da Confederação Nacional dos Municípios é que o Fundeb de Manaus para 2023 esteja orçado em R$ 1,3 bilhão, um aumento de R$ 74 milhões em relação a 2022. A categoria busca entender o destino desses recursos e questiona a falta de aviso prévio sobre a não concessão do abono.
Diante desse cenário, sindicatos como o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) se manifestaram. A Asprom cobra prestação de contas e destaca a importância de salários justos e promoções para a categoria. Já o Sinteam enviou pedidos de investigação aos órgãos de controle sobre o uso dos recursos.