Nayandra Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Policiais militares realizou uma manifestação em frente ao Comando de Policiamento da Área Leste, na avenida Autaz Mirim, no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus, na tarde desta terça-feira, 22/4. O ato ocorreu horas após a morte de um colega de farda, registrada na manhã de hoje, e levantou um alerta para as condições enfrentadas pela tropa.
Com palavras de ordem, os policiais pediram melhorias salariais, valorização da carreira e suporte psicológico dentro da corporação. A manifestação foi marcada por forte críticas à atual gestão estadual.
Durante o ato, Gerson Feitosa, presidente da Associação dos Praças do Estado do Amazonas (Apeam), discursou para os PMs e relembrou episódios de “perseguição institucional enfrentados pela entidade”. Ele denunciou “tentativas de silenciamento e cortes na contribuição da associação”, o que teria comprometido o suporte jurídico oferecido aos praças.
“Em 2019, o governo caçou a nossa contribuição em folha, tentando matar a associação de fome”, afirmou Gerson. “Mesmo assim, continuamos atendendo em todo o interior, em cidades como Itacoatiara, e seguimos lutando há mais de dez anos por promoções, fardamento digno, alimentação e melhores condições de trabalho”, acrescentou o representante.
Feitosa também fez duras críticas ao governador do Estado, apontando atrasos salariais e falta de promoção dos policiais desde 2022. “Esse governador é o pior da história. Ele deixou vocês com um quarto do salário atrasado e sem nenhum auxílio financeiro. Nós votamos nele acreditando em mudança, e o que tivemos foi perseguição”, declarou.
O presidente da APEAM também contextualizou a origem da associação, criada após “episódios de represália contra praças” que reivindicavam direitos básicos. “A PM nasceu de uma luta como essa. Quando me formei em 2011, também fiquei sem receber. Depois de sermos presos e demitidos por exigir nossos direitos, fundamos uma nova associação, livre de vínculos com políticos”, declarou.
A manifestação ocorre em um momento de tensão na tropa, com reflexos diretos sobre a saúde mental dos agentes.
Resposta
Em nota, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) lamentou a morte do soldado Rodrigo de Almeida Carvalho e informou que está prestando toda a assistência à família do policial, por meio da equipe da Diretoria de Promoção Social (DPS) da corporação.
“A PMAM informa que, durante o Curso de Formação de Soldados (CFSD) e nos meses em que fez parte do efetivo após a formatura, o policial militar não apresentou nenhuma indicação ou sinalizou a necessidade de atendimento psicológico e ressalta que a Polícia Militar conta com o Núcleo de Psicologia, para o atendimento do efetivo.
A corporação também reforça que ao longo do processo de admissão do concurso público de 2022, o policial realizou todos os exames médicos, psicológicos, teste de aptidão física, exame toxicológico e investigação social, sendo considerado apto em todas as etapas para ingressar na corporação.
Quanto a escala, a Polícia Militar do Amazonas ressalta que o policiamento a pé, com escala de trabalho de 6 horas por dia, de segunda a sexta-feira, é uma modalidade de atuação prevista dentro da estrutura da corporação, sendo atualmente a maior necessidade da PMAM para garantir a segurança mais próxima da população.
O critério para escolha dos policiais que atuam na modalidade de policiamento a pé é o de antiguidade, sendo cumprida atualmente pelo efetivo da nova turma, formada em 2024. Conforme a progressão na carreira ou necessidade da corporação, os novos policiais militares serão designados para outras escalas.”
Polícia Militar do Amazonas