Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Um estudo recente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP) revelou uma escalada no número de mortes envolvendo motociclistas no estado.
Conforme o Boletim Epidemiológico de Mortalidade por Acidentes de Transporte Terrestre (ATT), entre 2019 e 2023, houve um crescimento significativo de 46,4% para 56,7% nesse índice. Paralelamente, a quantidade de internações de motociclistas também apresentou um aumento expressivo, saindo de 56,0% para 74,9%.
No período levantado, o Amazonas registrou 2.090 mortes por ATT. Na capital, o maior número de mortes foi em 2022, com 290. No interior, 2021 registrou 160 mortes.
A expansão da frota de motocicletas no Amazonas, que cresceu aproximadamente 38% entre 2019 e 2023, é apontada como um dos principais fatores para o aumento desses acidentes. Atualmente, veículos de duas ou três rodas representam 41,5% da frota total do estado, sendo o principal meio de transporte.
Interior
A análise por município revela uma distribuição heterogênea das fatalidades, com destaque para Rio Preto da Eva, Apuí, Iranduba e Silves, que apresentaram as maiores taxas de mortalidade por acidentes de transporte terrestre envolvendo motociclistas.
Público
Os homens, especialmente aqueles entre 20 e 39 anos, são as principais vítimas desses acidentes, representando 86,0% das mortes. A predominância de motociclistas solteiros e com baixa escolaridade sugere um possível perfil de comportamento de risco ou menor adesão a normas de segurança no trânsito.
Dias
A concentração de mortes nos finais de semana, com pico aos domingos, aponta para a influência de fatores comportamentais, como aumento do lazer e consumo de álcool, nas ocorrências de acidentes.
Diante desse cenário, afirma o documento, torna-se imperativo adotar medidas preventivas e intervenções eficazes para reduzir a incidência de acidentes e suas consequências. Educação no trânsito, fiscalização rigorosa e melhorias na infraestrutura viária são algumas das estratégias sugeridas para enfrentar esse desafio.
“Estratégias direcionadas para a educação no trânsito, a fiscalização rigorosa e as melhorias na infraestrutura viária podem contribuir significativamente para a redução desses eventos. Além disso, políticas de saúde pública que visem a melhoria do atendimento pré-hospitalar e hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito são essenciais para mitigar o impacto desses eventos na sociedade”, cita o documento.
A produção e integração de informações sobre morbimortalidade no trânsito também são indicadas para embasar políticas públicas eficientes e direcionadas às necessidades específicas da região.
“Por fim, ressalta-se a grande importância da produção, integração e difusão das informações sobre morbimortalidade no trânsito, dos diferentes setores envolvidos, para que as intervenções públicas possam ser pautadas com base em determinantes regionais e, desta maneira, possam apresentar efetiva redução dos índices de óbitos por ATT e a valorização da vida no trânsito no Amazonas”, pontua o boletim.