Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, considerada por muitos como a maior opositora quando o assunto é a pavimentação da BR-319, mais uma vez mostrou que não entende a necessidade urgente do Amazonas em relação à estrada, seja do ponto de vista econômico quanto social.
Quando questionada sobre a pavimentação da rodovia que liga o Estado ao resto do país, durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 4/10, em Manaus, para tratar sobre a estiagem extrema que atinge a região, Marina se ‘esquivou’ da responsabilidade quanto às inúmeras burocracias ambientais que travam a recuperação da estrada. Ela veio a Manaus integrando a comitiva do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
“Ninguém dificulta e ninguém facilita. A gente trabalha para viabilizar os empreendimentos, que são muitos. No caso, estão sendo feitos uns estudos. Obviamente, se o presidente Lula pediu os estudos é porque ele quer os empreendimentos, mas com sustentabilidade”, disse Marina Silva, que fez questão de destacar que deixou de ser ministra em 2008 e ainda assim a liberação da rodovia não avançou. “De 2008 para cá são 15 anos, então eu não preciso dizer mais nada“, ironizou.
Deputados estaduais, federais e o governador do Amazonas, Wilson Lima, defendem a retomada de investimentos na rodovia. Diante da seca no Amazonas, diversas comunidades que dependem diretamente dos rios para se locomover se encontram isoladas sem outra alternativa de mobilidade. Uma das soluções seria o funcionamento e trafegabilidade da BR-319.
Na coletiva, a ministra do MMA, Marina Silva, não respondeu quando deve ser feito o asfaltamento da BR-319, que possui um extenso trecho necessitando de recuperação, em especial, a parte da via conhecida como trecho do meio. Marina destacou que a avaliação do Ibama sobre a rodovia é um “processo técnico”.
“Se a BR-319 fosse fácil de fazer, nesses 15 anos que deixei de ser ministra, talvez tivesse sido feita, porque de fato ela envolve uma complexidade, que precisa ser vista com toda a sensibilidade, que nós temos com o econômico, com o social, com o ambiental e com o cultural”
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin ressaltou que o trecho inicial da BR-319 já está pavimentado, e que ele está incluído no pacote do novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC).
“Falei ontem com o ministro dos transportes, Renan Filho. Ele criou um grupo de trabalho para que possa analisar, fazer a pavimentação e as obras necessárias dentro do conceito de rodovia PAC com todos os cuidados ambientais. O GP já vai fazer as audiências para poder avançar no licenciamento”
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República
Políticos criticam Marina
As insatisfações da classe política amazonense contra a ministra Marina Silva têm se tornado cada vez mais inflamadas, principalmente em relação à pavimentação da BR-319. Recentemente, o senador Omar Aziz (PSD) fez duras críticas à ministra nas redes sociais.
“Pois eu declaro que, se algum amazonense passar fome, a culpada é da senhora ministra Marina Silva, que por vaidade não permite a recuperação da BR-319 e sentencia o Amazonas ao isolamento”, disse Aziz.
O deputado federal Capitão Alberto Neto também tem pressionado a ministra para o asfaltamento da BR-319.
“Hoje o nosso povo padece ministra Marina, padeceu na pandemia. Vocês viram as imagens, os horrores dos caminhões tentando chegar na cidade de Manaus e muitos morreram por causa disso. Muitos morreram por causa dessa política ambiental, desmedida, xiita que tem isolado o povo do Amazonas”, reclamou o político.