Vitória Freire – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Manaus enfrenta há anos um dos seus maiores desafios: o saneamento básico. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), apenas 26% da população, o equivalente a 526 mil habitantes, dispõe de acesso ao esgoto. O índice de coleta e tratamento de esgoto na cidade é de apenas 12,6%, igualmente.
Além disso, mesmo que 97% da população disponha de acesso à água tratada, 9,8% dessa água disponibilizada se perde durante o processo de distribuição, gerando desperdício aos cofres públicos do município.
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Segundo o engenheiro civil, Sérgio Elias, os mais recentes dados SNIS têm defasagem de dois anos, ou seja, o estudo de 2023 tem como base dados de 2021.
“Parte das melhorias realizadas em Manaus, nos últimos anos, ainda não foi computada e divulgada. Após investimentos em construção e modernização de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) e a implantação de redes coletoras, a cobertura aumentou e hoje já caminha para 30%.”
Sérgio Elias, engenheiro civil
Quanto às perdas, Sérgio argumenta que elas correspondem a intercorrências no caminho entre a estação de tratamento e a residência do cliente, como vazamentos.
“Nos últimos cinco anos e meio, a concessionária Águas de Manaus reduziu em quase vinte pontos percentuais o nível de perda de água na cidade, a partir de um monitoramento diário, que possibilita um panorama completo do abastecimento de água na cidade”, explicou o engenheiro.
Dados atualizados
No novo ranking do saneamento do SNIS, divulgado em março, Manaus continua entre os municípios com maiores perdas no faturamento.
A taxa em questão afere a quantidade de água produzida que não é registrada ou contabilizada para fins de faturamento devido a fraudes, vazamentos ou outras formas de perda de água que não são detectadas e, portanto, não são cobradas dos consumidores.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrou em contato com a Águas de Manaus para obter mais detalhes dos investimentos e melhorias previstas para capital, sobretudo no que se refere aos baixos índices de saneamento.
Em nota, a concessionária “reforça que o ranking do saneamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil utiliza dados com defasagem de dois anos – ou seja, o estudo de 2024 tem indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do ano de 2022 (números mais atualizados disponíveis no SNIS). Com isso, parte das melhorias realizadas desde a chegada da Aegea em Manaus nos últimos anos ainda não foi computada no material.”
“Desde a chegada do grupo Aegea em Manaus, houve um salto superior a 205% na média de investimento por habitante em saneamento básico. O volume médio de investimento per capita saiu de R$ 38,17 (ranking 2017) para R$ 115,66 (ranking 2024)”, diz trecho do documento.
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