Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Apesar da densa fumaça que encobriu Manaus nos últimos dias, os dados mostram uma redução nas queimadas na cidade e na região metropolitana em 2024. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmasclima) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve uma queda de 72,6% nos focos de queimadas no trimestre encerrado em agosto, em comparação ao mesmo período de 2023.
Em agosto de 2024, Manaus registrou apenas oito focos de queimadas, representando 7,2% dos 111 focos observados na região metropolitana. A redução é ainda mais expressiva em toda região nos meses anteriores: em junho de 2024, foram 11 focos, comparados a 48 em junho de 2023, e em julho, os números caíram de 205 para 105.
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Embora Manaus tenha conseguido reduzir os focos de queimadas, a cidade ainda enfrenta desafios relacionados à qualidade do ar. A fumaça registrada na capital é resultado de queimadas em outros municípios da região metropolitana e de áreas mais distantes do Amazonas, como Manacapuru e Autazes, que registraram 24 e 20 focos em agosto de 2024, respectivamente.
Municípios como Apuí, com 1.105 focos em agosto, e Novo Aripuanã, com 412, também contribuem para a má qualidade do ar na capital.
A fumaça permanece como uma preocupação de saúde pública. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) tem emitido orientações para a população, especialmente para grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.
No domingo, 11/8, Manaus amanheceu pelo segundo dia consecutivo coberta por uma densa fumaça, principalmente devido às queimadas. De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), a qualidade do ar na capital variou entre “muito ruim” e “péssima” em vários bairros.
Pela manhã, a poluição atingiu níveis alarmantes em quase toda a cidade, com destaque para o bairro Novo Aleixo, na Zona Norte, que registrou 126.8 PM2.5, classificando a qualidade do ar como “péssima”. Outras áreas da capital apresentaram índices próximos a 100 PM2.5, medida que calcula a concentração de partículas poluentes na atmosfera.
Para comparação, a qualidade do ar é considerada “boa” quando o índice está entre 0 e 50. Acima desse valor, o ar já pode causar desconforto. Quando ultrapassa a faixa de 100, a situação torna-se prejudicial à saúde, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com comorbidades ou problemas respiratórios.