Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Manaus não alcançou a meta de 95% das crianças vacinadas na campanha contra a poliomielite no ano de 2022, de acordo com dados repassados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) nesta quinta-feira, 13/4. A cobertura vacinal contra a doença está em cerca de 75% no município.
A Semsa explica que a campanha de intensificação da vacinação é de responsabilidade do Ministério da Saúde, que ainda não definiu estratégias a serem adotadas em 2023, mas ressaltou que, a vacina contra a poliomielite (paralisia infantil), é um imunizante de rotina que compõe o calendário básico.

A Semsa oferta 171 salas de vacina distribuídas por toda a cidade, dentro da rotina da Atenção Primária. Os endereços e os horários de atendimento podem ser conferidos no site da secretaria (semsa.manaus.am.gov.br), e no link bit.ly/salasdevacinamanaus.
As primeiras doses da vacina são injetáveis – vacina injetável poliomielite (VIP) e devem ser recebidas aos dois meses de idade, aos quatro meses e aos seis meses de vida. Depois aos 15 meses e aos 4 anos de idade, a criança deve receber as doses de reforço, feitas com a gotinha – vacina oral poliomielite(VOP). Além disso, crianças de 1 ano a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) devem receber as doses de reforço durante as campanhas nacionais de vacinação.
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A titular da Semsa, Shádia Fraxe, ressaltou que o calendário básico contempla 18 imunizantes, incluindo a Penta e Pólio, voltados para crianças e adolescentes de até 14 anos, e é responsabilidade dos pais e responsáveis garantir que a criança tenha acesso à vacinação, que é um direito legal previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“Os pais precisam manter o acompanhamento de seus filhos nas nossas unidades básicas de saúde, e sempre levar a caderneta de vacinação para que as equipes avaliem o que está em atraso. Não podemos permitir que as crianças contraiam doenças graves e sofra com sequelas permanentes simplesmente porque não foi vacinada”, pontuou a secretária.
Ainda conforme a Semsa, das oito vacinas prioritárias para crianças menores de 1 ano de idade, apenas a BCG superou a meta de 90%, com cobertura vacinal de 95,3%. A vacina contra o rotavírus tem meta de 90% de cobertura vacinal e as demais, de 95%, mas todas apresentam baixa cobertura. Os dados são gerados pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (Sipni) e seguem desde o ano passado.
“Nossas crianças estão vulneráveis à poliomielite, também chamada de paralisia infantil, porque a cobertura vacinal está muito baixa há vários anos, e a preocupação aumenta ainda mais devido à confirmação de que o vírus voltou a circular em outras localidades do mundo. Contamos com a participação e envolvimento dos pais nesse trabalho de proteção”, disse a secretária da Semsa.
Shádia Fraxe
No caso da Pentavalente, a cobertura vacinal estava em 69% no período analisado, e o imunizante contra a Poliomielite em 68%. Ambos têm meta de cobertura de 95%.
Projeto Nacional
Na última quarta-feira, 12/4, a revista científica “Cadernos de Saúde Pública” divulgou que Paraíba e Amapá foram as primeiras unidades da Federação a alcançar a meta de 95% de crianças vacinadas na campanha contra a poliomielite em 2022.
O resultado é fruto do projeto “Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PRCV)”, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Em 2021, o Amapá foi o estado com a menor cobertura vacinal contra a poliomielite, com 44,2% de adesão. A Paraíba estava em melhor situação, com 68,4%.
Em nota, a Semsa chama a atenção para a atualização vacinal de crianças, informa sobre a oferta de vacinas nas UBS da capital e alerta para um possível retorno da doença, caso permaneça baixa a cobertura, deixando crianças desprotegidas.
“A vacina inativada contra a pólio (VIP) – aplicada aos dois, quatro e seis meses – é essencial para manter as crianças protegidas contra a doença, que causa sequelas irreversíveis e pode matar. O calendário vacinal também prevê o reforço da proteção com a vacina oral contra a poliomielite (VOP), que a criança deve receber aos 15 meses e aos 4 anos”, conluiu a nota.