Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Quem nunca foi flagrado sozinho e logo em seguida escutou a pergunta: “liberdade ou solidão?” Estar sem companhia em um ‘date’ pode ser visto como solidão por alguns, mas para outros, é uma reafirmação de liberdade. Depois de muito tempo tendo que lidar com um dia todo de declarações e romantismo – o dia dos namorados – os solteiros ganharam um dia para eles também.
O dia 15 de agosto foi escolhido para homenagear aqueles que estão solteiros, uma fase que muitos podem associar à tristeza ou à falta de algo. No entanto, essa visão não poderia estar mais distante da realidade. Estar solteiro não é sinônimo de ficar só, mas sim de estar em boa companhia consigo mesmo.
No Brasil, há mais de 81 milhões de solteiros contra 63 milhões de casados, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para inúmeras pessoas, a solteirice é uma escolha consciente. Em vez de buscar um relacionamento amoroso, elas preferem investir em sua relação consigo mesmas, priorizando o amor-próprio. Para alguns, essa fase é para aproveitar cada nuance da liberdade: não precisar dar satisfações a ninguém, conhecer novas pessoas e experimentar coisas diferentes.
Seja para focar em projetos pessoais ou profissionais, essas pessoas optam por manter relacionamentos casuais, evitando compromissos que possam interferir em seus objetivos.
No entanto, há aqueles que, apesar de desfrutarem da solteirice, ainda buscam encontrar “a tampa da sua panela” ou “a metade da sua laranja”.
João Pedro, especialista de garantia de qualidade de software, compartilha sua experiência. Após quatro anos em um relacionamento, ele agora aproveita essa fase para se priorizar. No seu caso, a solteirice é uma mistura de “liberdade e solidão”.
“Dá pra focar mais em mim mesmo. Estou investindo no meu desenvolvimento profissional e pessoal. Mas confesso que faz falta a vida a dois, ter um xodó com quem compartilhar as coisas”, revela João Pedro.
Ainda assim, ele destaca os aspectos positivos de estar solteiro, como a liberdade de tomar decisões sem precisar se preocupar com os sentimentos de outra pessoa.
“Outro ponto é que se eu quiser planejar algo para mim, como uma viagem, ou sair com os amigos, eu não preciso me preocupar se a outra pessoa se incomodaria. E também não preciso me preocupar em como vou incluir essa pessoa nesses planos. Pois já aconteceu de desistir de uma viagem, por exemplo, pois a outra pessoa não podia ou não queria”, comenta.
Além disso, ele ressalta que esse desapego é um dos pontos positivos de estar solteiro.
“Agora eu posso realizar isso sem me preocupar. No caso de uma viagem, por exemplo, envolve toda uma carga emocional. Se eu quiser fazer um intercâmbio, não vou precisar passar pelo processo de um possível término e adaptação, porque tem sim essa carga emocional”, declarou.
As duas fases de estar solteiro
Mas, como nem tudo são flores, João Pedro confessa que, apesar de viver bem sozinho e curtir a própria companhia, sente falta de ter alguém para compartilhar os momentos especiais da vida.
“Em compensação, eu não tenho com quem compartilhar esses momentos. Não adianta dizer que não faz falta, porque faz muita falta. Falta aquela pessoa pra ter um chamego, um denguinho, alguém para conversar ao longo do dia, contar uma fofoca, ter piadas internas, fazer planos e criar memórias”, revela.
João Pedro reflete sobre essa dualidade ao citar uma frase da modelo e apresentadora Nicole Bahls, que resume bem esse dilema:
“Como diria a ícone Nicole Bahls: Se você tá namorando, foca que o melhor acontecimento da sua vida é namorar. Se você estiver solteiro, foca que a melhor coisa da vida é ficar solteiro, mas não fique em uma coisa querendo viver outra”, cita ele.
Essa reflexão ressalta a importância de viver a fase em que se está, seja ela de solteirice ou de relacionamento. Afinal, ser solteiro é uma fase – ou escolha – que envolve tanto a liberdade de ser independente quanto a coragem de enfrentar a solitude.
Afinal, como bem disse Nicole Bahls, o segredo está em focar no presente e valorizar as experiências que cada fase da vida tem a oferecer.