Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A ordem de despejo emitida pela Justiça Federal que determinava a desocupação do Aeroclube do Amazonas (ACA) foi suspensa nesta segunda-feira, 20/10. Segundo a assessoria da instituição, será realizada uma audiência de conciliação nesta quarta-feira, 22, o que adia o risco de fechamento do espaço localizado no aeródromo de Flores, zona Centro-Sul de Manaus.
O Aeroclube do Amazonas recebeu a notificação de despejo na última quarta-feira, 15, com um prazo de apenas cinco dias para desocupar o hangar e as áreas próximas. O prazo venceria nesse último domingo, 19. Em entrevista ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, o presidente do ACA, Cassiano Ouroso, reforçou a importância da instituição para a aviação regional.
“Estamos aqui desde 1940. Temos uma relevância muito importante para a aviação e para o deslocamento no Amazonas. A localização do ACA facilita o atendimento emergencial. Em minutos conseguimos chegar a qualquer hospital de Manaus”, explicou o presidente.”, afirmou.

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Cassiano destacou que o espaço abriga também um Centro de Instrução e Aviação Civil (CIAC), responsável pela formação de novos pilotos. “O Aeroclube não é apenas um hangar, é uma escola e um símbolo da aviação amazônica”, completou.
Entenda o caso
A disputa judicial começou em 2023, quando o governo federal transferiu a gestão do aeródromo de Flores para a Infraero. Desde então, surgiram conflitos sobre valores de ocupação e cobranças retroativas, que somam mais de R$ 1,3 milhão, segundo a direção.
O Aeroclube alega ter construído boa parte das estruturas usadas até hoje, como hangares e salas de aula, e afirma nunca ter deixado de prestar serviço público essencial. A instituição também denuncia que a Infraero teria restringido o acesso às dependências e dificultado as atividades, agravando a crise financeira.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS acompanha a situação do Aeroclube do Amazonas desde o início do ano. Em janeiro, a equipe visitou o local em uma reportagem especial que destacou o papel do ACA na aviação regional e nos resgates aéreos no interior do estado, operações que representam cerca de 90% dos voos de socorro médico no Amazonas.
Na ocasião, a reportagem também mostrou que o Aeroclube oferece cursos de formação de pilotos, aulas de paraquedismo e aeromodelismo, além de voos panorâmicos sobre Manaus, iniciativas que ajudam a manter viva a cultura aeronáutica no Amazonas.
“Nossa missão é continuar formando pilotos e servindo à Amazônia. O Aeroclube é parte da história do estado e precisa ser preservado”, concluiu o presidente Cassiano Ouroso.











