Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O recém-inaugurado Hospital Público Veterinário do Amazonas, no bairro Parque 10 de novembro, na zona Oeste de Manaus, presta atendimento diário a centenas de animais domésticos. No entanto, um caso ocorrido na semana passada levanta suspeitas de negligência que resultou na morte de um filhote de cachorro.
A dona de casa Graça Gomes de Souza, de 46 anos, relatou com exclusividade ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS que passou por uma série de constrangimentos durante o atendimento de seu filhote, Joaquim, de menos de dois meses. Segundo a tutora, o animal apresentava um problema grave: não conseguia evacuar e sentia fortes dores.
“Eu não tenho condições de levar meu cachorro em um veterinário particular, que é caro. A [secretária de Proteção Animal] Joana Darc estava com três fichas de cores na mão: vermelha, amarela e verde. A verde ela me deu. Eu pedi uma amarela ou vermelha por causa da situação do meu cachorrinho, mas ela insistiu na verde”, relatou Graça.

Ela ainda afirma ter sido alvo de comentários ofensivos da titular da Secretaria de Estado de Proteção Animal (Sepet), a deputada estadual licenciada Joana Darc (União Brasil), que teria desconsiderado a gravidade do quadro do filhote.
“Ela [Joana Darc] disse que meu cachorro era hermafrodita e que Joaquim era o nome do filho dela. Brincou dizendo que, se fosse fêmea, eu deveria chamar de Ana, o nome da filha dela. Para mim, foi um deboche. Eu estava desesperada, e ela brincando com isso”, disse a tutora.
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De acordo com Graça, ela compareceu à unidade três vezes na semana passada. No dia 20/10, recebeu a ficha da secretária e aguardou horas até ser atendida. No dia 22, o filhote realizou um ultrassom, sendo indicado para cirurgia. Apesar de haver vagas disponíveis, o procedimento só foi marcado para o dia 24, mas Joaquim morreu no dia anterior.
“Ele começou a sentir dor. Eu não tinha dinheiro para Uber e não havia telefone de contato no papel que me deram. Rapidinho, o Joaquim morreu. No dia seguinte, tive que ir buscar o corpo porque não podia descartá-lo de forma inadequada”, lamentou Graça.
Esfera judicial
O caso agora será analisado judicialmente. Sarah Moreira, assessora jurídica do escritório Cunha Advogados, afirmou que: “A tutora alega negligência no atendimento veterinário. Agora o caso está sob acompanhamento da advogada Kátia Cunha, que estuda medidas judiciais para indenização por danos morais e responsabilização do ente público”.
Resposta
O Portal Rios de Notícias solicitou, por duas vezes em um intervalo de 24 horas, um posicionamento oficial da Secretaria de Estado de Proteção Animal (Sepet) sobre o caso relatado, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Após a repercussão do caso nas redes sociais, a secretária titular da pasta, deputada Joana Darc, se pronunciou afirmando que o animal recebeu atendimento veterinário, realizou exames e tinha cirurgia marcada.
Segundo ela, “o animal foi atendido, fez exames, mas daí como não deu tempo de salvar a culpa é minha ou dos veterinários? Não mesmo. Sinto muito pela perda do Joaquim, mas todos animais que estavam na fila de cirurgia era emergências gravíssimas e eu não posso desrespeitar a fila que é avaliada de forma técnica. Joaquim foi atendido, fez exames, não foi negligenciado e já estava com cirurgia marcada”, declarou.











