Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Um estudo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) mostrou que a qualidade da água do rio Negro não é adequada para consumo humano, mas que os níveis ainda são considerados aceitáveis para banho.
O estudo conduzido durante a quarta expedição do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), revelou que praticamente todos os pontos monitorados continham coliformes tolerantes, ou seja, bactérias que podem causar a contaminação da água.
A viagem durou 10 dias e envolveu a coleta de dados em 36 dos 66 pontos de monitoramento georreferenciados ao longo do rio, com uma equipe de 13 pesquisadores da UEA percorrendo o rio Negro a bordo do barco “Roberto Santos Vieira”.
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Entre os 164 parâmetros analisados, foram levados em consideração pH, presença de metais e coliformes, o qual é possível observar uma visão detalhada da qualidade da água em cada região estudada.
E o banho?
Apesar de a água não ser apropriada para consumo, os níveis apresentados no estudo em relação a bactérias e coliformes, mostram que ainda é possível tomar banho sem qualquer risco de contaminações. Para o coordenador do estudo, Sergio Duvoisin Junior, essas impurezas estão mais presentes em áreas urbanas, como Manaus e Barcelos.
Situação crítica em Manaus
Entre as bacias monitoradas em Manaus, os rios São Raimundo e Educandos apresentaram os piores índices de qualidade da água, devido ao despejo de esgoto e outros poluentes urbanos. “A quantidade de coliformes chegam a 3,5 milhões em algumas áreas, tornando o contato humano perigoso”, ressaltou Duvoisin.
O especialista destacou que, com vontade política e recursos, ainda é possível reverter esse quadro de degradação ambiental. O professor também afirmou que qualquer bacia pode ser recuperada com a gestão adequada, baseada em dados técnicos, como os obtidos neste estudo divulgado.