Lauris Rocha – Rios de Notícia
MANAUS (AM) – A esteticista Daiana Martins de Almeida, de 41 anos, registrou um boletim de ocorrência no 20º Distrito Integrado de Polícia (DIP) após denunciar o furto do gradil da sepultura de seu pai, no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, localizado no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus.
Segundo Daiana, o crime teria sido cometido por funcionários do próprio cemitério. O caso foi flagrado em vídeo durante uma visita ao túmulo.
“Meu sentimento é de indignação. Já basta a dor de perder meu pai, e só quem passa por isso sabe o que significa. Ele era tudo para mim. Trabalhei e me esforcei para pagar o jazigo, o gradil e a placa de identificação, um investimento de mais de R$ 1.800. Quando cheguei lá e vi tudo sendo levado, foi revoltante. A única responsável por essa situação é a prefeitura, que administra o cemitério”, desabafou Daiana.
De acordo com o boletim de ocorrência, no último dia 11, a esteticista foi ao cemitério para limpar a sepultura do pai e percebeu que a grade havia desaparecido.
“É responsabilidade da Prefeitura de Manaus garantir o zelo e a segurança do local. Procurei um funcionário, que foi bastante ríspido, e mandou eu procurar a administração, que, na prática, não resolve nada. É triste o que vem acontecendo: quebraram o túmulo do meu pai para furtar a grade e ainda levaram a placa com a foto e a identificação dele”, relatou.

Vídeo mostra funcionário carregando grade de ferro
Ainda no mesmo dia, ao deixar o cemitério, Daiana afirma ter flagrado um funcionário carregando uma grade de ferro, semelhante à que havia sido furtada, e gravou a cena com o celular.
“No vídeo, dá para ver claramente a grade sendo transportada dos fundos do cemitério para a construção de uma nova lápide em outro local”, contou.
Segundo ela, esse tipo de ocorrência seria repetido e organizado dentro do cemitério.
“É preciso denunciar, porque existe uma quadrilha atuando lá dentro. Quando meu pai faleceu, a sepultura tinha uma caixa azul que eu mesma comprei. Passava um mês e, quando voltava, só encontrava a cruz com o nome de outra pessoa”, relembrou.


Daiana afirma que o caso tem lhe causado forte abalo emocional, resultando em noites sem dormir devido à revolta e à tristeza.
“Agora, vou buscar meus direitos e entrar com um processo contra a Prefeitura de Manaus para que outras famílias não passem pelo mesmo sofrimento. Onde meu pai foi sepultado, na quadra 38, há outras sepulturas violadas. Isso não é um caso isolado, é uma quadrilha”, declarou.
Prefeitura é questionada
O Portal Rios de Notícias entrou em contato com a Prefeitura de Manaus para saber como está organizada a segurança no Cemitério Nossa Senhora Aparecida e se há medidas específicas para evitar furtos e vandalismo.
A reportagem também questionou quem são os responsáveis pela manutenção do cemitério, se são servidores diretos ou terceirizados, e se outras denúncias semelhantes já foram registradas.
O espaço segue aberto para manifestação da Prefeitura.











