Conceição Melquíades – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Celebração de suma importância do calendário cristão, a Páscoa é um marco religioso em todo o mundo. Embora os significados e práticas possam variar, é geralmente vista como um momento de esperança, renovação e renascimento.
Tanto para os católicos como para os evangélicos, a Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo, que representa o perfeito Cordeiro imolado.
A data marca a morte e ressurreição de Jesus Cristo, que morreu pelos pecados da humanidade, e é celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera, o que geralmente ocorre entre 22 de março e 25 de abril.
“Na última ceia pascal, Jesus permitiu que tivéssemos a memória da eucaristia, do serviço aos nossos irmãos com a cerimônia de lava-pés, demonstrando humildade. E isso ocorreu na quinta-feira com a santa-ceia. Na sexta-feira Jesus se entregou por amor e compaixão, provou a morte. Depois de passado a vigília Pascal, no sábado, Jesus surge triunfante no domingo para celebrar a renovação e a vitória sobre a morte. Isso é que é a Páscoa para nós cristãos”
Padre Israel da Arquidiocese de Manaus
A pastora Regiane Montefusco, da Igreja de Deus Pentecostal do Brasil (IDPB) Redenção, lembra que a Páscoa foi instituída entre os judeus – oriunda da palavra Pessach (significa passagem) – e é comemorada pela conquista da liberdade dos hebreus, que viviam como escravos no Egito, mas é também o simbolismo do sacrifício de Jesus, que morreu e ressuscitou para salvar seu povo. Simboliza a vitória de Jesus sobre a morte.
“Para nós que somos cristão, a Páscoa tem duplo sentido, pois rememora a saída do povo hebreu do cativeiro, do Egito, mas também nos traz a memória o sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus, o Cordeiro Pascal. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, e rememora a morte e ressureição de Jesus”, explica Regiane.
A pastora detalha a passagem escrita na Bíblia, no capítulo 12, do livro de Êxodo, quando Moisés pede ao faraó pela libertação do seu povo, o povo hebreu, e solicita autorização para que eles possam realizar um culto ao Deus verdadeiro. Porém, com a recusa do faraó, dez pragas determinadas por Deus foram lançadas ao Egito, para mostrar que os deuses egípcios não tinham poder algum.
A décima praga foi responsável por matar todos os primogênitos (primeiro filho) de famílias humanas ou de animais da região, alcançando o próprio filho do faraó, pondo fim na descendência que assumiria o reinado do Egito. Após essa tragédia, finalmente o faraó se rendeu e permitiu a saída do povo hebreu do Egito.
“Quando reconhecemos o sacrifício de Jesus pelos nosso pecado, nós nos arrependemos dos nossos pecados, deixamos o Egito, ou seja, saímos de uma vida de pecado, saímos, de modo figurado, do Egito para entramos no reino de Deus”, destaca a pastora Regiane.

Fé islâmica
O presidente do Centro Islâmico do Amazonas, Walid Ali Musa Saleh, explica que para os muçulmanos, a Páscoa não faz parte da celebração religiosa, porém, o calendário islâmico inclui outras comemorações e um feriado religioso importante conhecido como Eid al-Fitr. Este feriado marca o fim do mês sagrado islâmico do Ramadã, um período de jejum e oração.
“Respeitamos a forma que os católicos comemoram a Páscoa, mas para os mulçumanos o significado tem diferenciação, pois na fé islâmica, não faz sentido comemorar a Páscoa como fazem os cristão, uma vez que na fé cristã se trata da ressurreição de Cristo, mas para nós, os mulçumanos, Cristo não morreu crucificado. Ele foi, sim, elevado aos céus e está vivo nos céus ao lado de Deus, o todo poderoso“, pontua Walid Ali Musa Saleh.

Contudo, o presidente Walid, esclarece que os mulçumanos realizam um sacrifício no mês sagrado do Ramadã, que é realizado no nono mês do calendário islâmico, e foi determinado a partir da visão do profeta Abraão, que em respeito ao sacrifício de animais praticados pelos hebreus na época da morte dos primogênitos e o sangue exposto na casa, o que permitiu que os seus filhos fossem poupados, é que nós mulcumanos fazemos um sacrifício que ocorre após 72 dias do mês sagrado do jejum o “ar-ramad”.
Neste período, os seguidores da fé islâmica, de acordo com o representante mulçumano no Amazonas, seguem em peregrinação à Meca, Casa de Deus. Durante essa peregrinação, um animal é sacrificado e ofertado para Deus como forma de demonstrar “submissão a Allah – Deus-“. E é baseada em princípios conhecidos como os cinco pilares da fé e cultura dos mulçumanos. A carne do animal sacrificado é doada aos mais necessitados, como se fosse uma oferta ao próprio Allah, frisa o representante.