Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A China Nonferrous Mining Co., Ltd. (CNMC), empresa estatal que comprou por US$ 340 milhões a maior reserva de cassiterita (minério de estanho) do Brasil, localizada na mina de Pitinga, no município de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus, tem gestão direta do governo da China, liderado pelo presidente Xi Jinping, do Partido Comunista Chinês.
Anunciada pela Mineração Taboca na terça-feira, 26/11, a jazida antes era operada por uma companhia peruana. A China detém as maiores reservas de estanho sendo há anos o principal produtor do minério no mundo e agora, ganha mais um reforço, com a mina brasileira.
No site da empresa estatal, estão disponíveis informações sobre a dinâmica diretiva da empresa, que é “uma grande empresa central (estatal chinesa) diretamente sob a Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais – com gestão direta do governo Chinês”.
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Segundo o site, a empresa está envolvida no desenvolvimento de recursos minerais de metais não ferrosos e projetos de construção na China e no exterior, e serviços técnicos e comerciais relacionados. É também a plataforma no exterior para o China Nonferrous Metals Group desenvolver recursos de cobre e cobalto.
Inclusive, conforme afirma a empresa, a China Nonferrous é “a maior produtora de cobre do mundo, com foco em negócios verticalmente integrados de mineração de cobre, processamento de minerais, hidrofusão, fundição pirometalúrgica e vendas na Zâmbia”, diz o texto.
De acordo com a Mineração Taboca, a compra será uma oportunidade de crescimento da empresa. “Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca, pois permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva e ampliar sua visão e capacidade produtiva”, afirmou.
Mina de Pitinga
A mina de Pitinga é uma das principais fontes de ligas metálicas no Brasil, com destaque para Ferro-Tântalo e Ferro-Nióbio. No ano passado, a Mineração Taboca produziu mais de 5.386 toneladas de estanho refinado e 4.410 toneladas de ferroligas, gerando uma receita de US$ 256 milhões, um número 3% inferior ao do ano anterior.
Entretanto, 2023 trouxe desafios financeiros significativos para a empresa. A seca severa que atingiu a região amazônica afetou o transporte do minério concentrado, resultando em atrasos e aumento nos custos logísticos.