Gabriel Lopes – Rios de Notícias
PARIS (FRA) – A paratleta amazonense Maria de Fátima, de 30 anos, conquistou a medalha de bronze, na categoria até 67kg do halterofilismo, nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Ela alcançou o recorde da Américas ao erguer 133 quilos nesta sexta-feira, 6/9.
Natural de Tefé, a 523 quilômetros de Manaus, Maria de Fátima foi estreante nas Paralímpiadas e em sua primeira participação já conquistou uma medalha. Ela tem má-formação congênita nas pernas.
Atualmente, a representante do Amazonas é a primeira no ranking brasileiro da modalidade e quarta no internacional.
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Ela iniciou sua participação erguendo 126kg, apenas 1kg abaixo de sua marca de entrada, assegurando seu primeiro registro válido. Na sequência, também teve sucesso em 131kg, desta vez com apenas dois juízes validando o movimento, marca que lhe já rendeu o recorde brasileiro.
Na última rodada, Maria de Fátima chegou a pedir 138kg, mas acabou diminuindo a tentativa para 133kg, quebrando o recorde das Américas, superando a mexicana Amalia Perez Vazques, com 132kg, garantido em junho deste ano.
A chinesa Tan Yujiao conquistou a medalha de ouro com 142kg, novo recorde mundial, enquanto a egípcia Fatma Elyan levou a prata com 139kg. A nigeriana Lucy Ejike ficou em quarto lugar com 132kg. Ela tentou erguer 139kg em sua terceira tentativa, o que tiraria a brasileira do pódio, mas não obteve sucesso.
Veja o pódio
Trajetória e superação
A amazonense teve que se esforçar bastante para alçar uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris. No início de agosto, ao relembrar sua carreira, Maria de Fátima falou qual o seu sentimento sobre ter sido convocada, quando achava que isso não iria mais acontecer.
“A minha primeira competição foi há uns anos em Tbilissi, na Geórgia, onde queimei todos os movimentos, e para mim tinha saído do ciclo de Paris. Mas sabia que havia uma luz no final do túnel e falei que não queria aquilo. E agora na minha disputa em 2024, tive a oportunidade de voltar no mesmo lugar onde tudo para mim estava perdido, e sair de lá com a minha convocação para Paris”, declarou à época Maria de Fátima, que agora é medalhista paralímpica.