Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Os servidores da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Manaus, enfrentam condições de trabalho precárias e um cenário de abandono em suas instalações. Nesta quarta-feira, 28/2, o servidor do ógão e representante do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM), Walter Moraes, descreveu a situação como “desmoralizante e ultrapassando os limites da precarização”.
Moraes destacou que a Funasa enfrenta sérios problemas de estrutura e investimento, mesmo após ter sido reativada no início do governo Lula.
“Isso aqui é uma desmoralização da administração pública. O que está ocorrendo aqui não é mais nem precarização. Hoje eu vejo como assédio moral, porque vir para o local de trabalho e não fazer nada e não ter condição mínima, é horrível. Não basta só impedir a extinção. O governo não está fazendo força para voltar a fazer a política com as populações quilombolas, indígena etc. Então, nós queremos que a Funasa seja reestruturada de fato e que os servidores voltem para o órgão e não sejam prejudicados em sua gratificação de desempenho”
Walter Moraes, representante do Sindsep
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Moraes ressaltou que a ausência de estrutura está impedindo a execução dessas incumbências, resultando em prejuízos para as comunidades atendidas. Além disso, ele acrescenta que o abandono da Funasa trouxe impactos significativos para a população, principalmente na implementação de políticas públicas essenciais, como a reciclagem de lixo e reforçou que o retorno dos servidores é vital para mitigar esses prejuízos e retomar as atividades que beneficiam diretamente a sociedade.
“Nós, do sindicato, temos realizado assembleias em todos os órgãos, como o Ibama, Funai, e tudo gira em torno da campanha salarial, porque são dois anos do governo Temer mais quatro anos no governo Bolsonaro sem reajuste. Portanto, estamos pedindo 34,72% de reajuste para o setor”, esclareceu.
Prédio abandonado
Joaquim Neto, um dos servidores da Funasa, denunciou o abandono do prédio onde trabalham. Atualmente, apenas 10 dos 65 servidores permanecem no local, enfrentando falta de estrutura e manutenção precária.
“As condições do prédio são precárias. Nós estamos abandonados. A manutenção, limpeza interna e externa é feita por nós, que trazemos nossas próprias ferramentas de casa. Servidores também têm lavado banheiro, limpado sala etc. Um serviço que era para ser feito por uma empresa especializada e não tem porque os contratos acabaram todos”, reclamou Neto.
As condições do prédioforam denunciadas por Neto, que segundo ele, “a situação de abandono é tão grande que um funcionário encontrou uma cobra venenosa. E outra coisa: já ouvimos que esse prédio só não foi invadido, como ocorreu em Fortaleza (município de Jacarecanga), porque ainda tem uma equipe de segurança”, relatou.
Entenda
Os servidores da Funasa mobilizaram uma assembleia nesta quarta-feira, com o objetivo reivindicar a reestruturação da fundação e a atualização de benefícios. O ato ocorre no mesmo dia da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP-SUS), que reúne gestores públicos, prestadores de serviços privados da saúde e entidades sindicais em Brasília para discutir reajustes salariais e de benefícios.
A assembleia quer o retorno imediato de servidores transferidos durante a tramitação da Medida Provisória 1156, que propunha a extinção da Funasa. Além disso os servidores também reivindicam a atualização de benefícios como Auxílio Saúde, Auxílio Creche e Ticket Alimentação, que, segundo Moraes, não contemplam aposentados e pensionistas, além do reajuste linear solicitado.
A falta de reajuste salarial também coloca em risco uma gratificação de desempenho, motivo pelo qual os servidores estão mobilizados em busca de respostas do governo para suas demandas.
A reportagem do Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrou em contato com a Funasa para buscar informações quanto aos questionamnetos dos servidores e guarda retorno.