Redação Rios
RIO – O delegado Bernardo Leal Annes Dias, baleado durante a megaoperação policial realizada na última terça-feira, 28/10, na zona Norte do Rio de Janeiro, teve a perna amputada.
A informação foi confirmada durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 31, com a presença do secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, e do secretário de Segurança Pública, Victor Santos.
“O delegado perdeu a perna. Temos três colegas em estado grave, estado crítico”, informou Santos, sem dar detalhes sobre o estado de saúde dos agentes feridos ou suas identidades.
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Procurada, a Polícia Civil afirmou que não tem autorização para divulgar mais informações sobre a condição dos envolvidos.
Nas redes sociais, colegas e amigos de Bernardo prestaram solidariedade e iniciaram uma campanha de doação de sangue para ajudar o delegado no tratamento médico.
A promotora de Justiça e professora de Direito Penal Claudia Barros publicou uma mensagem de apoio no Instagram:
“Vamos ajudar o Bernardo! Ele foi um dia meu aluno, hoje é delegado de Polícia. Lutando por nós, pela segurança do nosso Estado, foi atingido”.
O também delegado André Neves, diretor do Departamento Geral de Polícia, compartilhou uma foto ao lado de Bernardo e escreveu:
“Você vai sair gigante dessa batalha. Sua força e coragem representam o melhor da nossa Polícia Civil”.
Megaoperação ‘Contenção’
Batizada de “Contenção”, a operação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Militar ocorreu nos complexos da Penha e do Alemão, com o objetivo de prender lideranças do Comando Vermelho. Segundo balanço oficial, 121 pessoas morreram, entre elas quatro policiais — dois civis e dois militares.
O coronel Marcelo de Menezes, da PM, informou que outros 12 agentes ficaram feridos. Durante as incursões, os criminosos reagiram com tiros de fuzil e chegaram a lançar granadas por drones, segundo as autoridades.
Entre os agentes mortos estão:
- Heber Carvalho da Fonseca, sargento do Bope, atingido durante o confronto e levado ao Hospital Getúlio Vargas, onde não resistiu;
- Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos, também sargento do Bope;
- Marcos Vinícius Cardoso Carvalho, 51 anos, policial civil;
- Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, policial civil.
Balanço da operação
De acordo com o governo do Rio de Janeiro, dos 121 mortos, 117 tinham ligação com o tráfico de drogas e o crime organizado. A ação resultou ainda na prisão de 113 suspeitos e na apreensão de 91 fuzis.
A Polícia Civil informou que, dos 99 corpos já identificados, 42 pertenciam a pessoas com mandados de prisão em aberto, e ao menos 78 tinham extenso histórico criminal. Todos os corpos foram periciados, e até a última atualização, 89 haviam sido liberados para as famílias.
*Com informações da Agência Estado











