Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Amazonas tem mais de 150 mil analfabetos com 15 anos ou mais, em uma taxa de 4,9%. Os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma queda na taxa de analfabetismo no país. Nesta sexta-feira, 8 de setembro, é celebrado o Dia Mundial da Alfabetização.
Em 2019, a taxa de analfabetismo era de 6,1%, e em 2022, reduziu para 5,6%. Contudo, há desafios significativos pela frente, já que quase 10 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais ainda não possuem habilidades de leitura e escrita. A maioria desses analfabetos reside na região Nordeste e pertence à faixa etária de idosos.
“A alfabetização, sem dúvida, é a base da educação para nossas crianças, adolescentes e jovens. Sem ela, serão grandes as dificuldades que eles encontrarão em todas as disciplinas e também no desenvolvimento social”, enfatiza a professora Genilda Gomes, que lida diariamente com alunos de diferentes níveis de escolaridade, incluindo crianças e jovens que avançam nas séries sem dominar o básico.
O direito à educação, consagrado pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), é fundamental para assegurar a igualdade de oportunidades de acesso à educação de qualidade. Esta é vista como um dos principais pilares para o desenvolvimento social, cultural, político e econômico das pessoas.
O Amazonas 150. 387 analfabetos, com 15 anos ou mais, está na terceira melhor posição na Amazônia Legal, atrás apenas de Roraima (16.875 analfabetos) e Rondônia (63.743 analfabetos). Os Estados com as maiores taxas de analfabetismo são Piauí, Alagoas e Paraíba, enquanto as menores taxas são encontradas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

Além disso, a pesquisa destaca disparidades raciais alarmantes. A taxa de analfabetismo é significativamente maior entre a população preta ou parda, com uma média nacional de 7,4%, mais do que o dobro da taxa entre as pessoas brancas, que é de 3,4%. Esse problema é ainda mais acentuado entre idosos preto ou pardos, afetando mais de 23% dessa população.
A professora Genilda, consciente de todos os desafios que o sistema educacional brasileiro enfrenta, ela escolheu a profissão de educadora para fazer a diferença. Ela entende que a educação desempenha um papel crucial na vida de todos e que seu impacto se estende a todas as esferas da sociedade. É por isso que Genilda se dedicou a ser uma professora de reforço, buscando ajudar aqueles que estão ao seu alcance.
“Tenho a consciência da importância que a educação tem na vida de todos e o desejo de ajudar aqueles que estiverem ao meu alcance”, ressalta a professora.
Ensino Médio e Superior
Pela primeira vez, a pesquisa revela que 53% da população com 25 anos ou mais concluiu pelo menos o ensino médio. Contudo, diferenças raciais persistem, com quase 71% dos jovens pretos e pardos de 18 a 24 anos não estudando nem concluindo o ensino superior, em comparação com 57% dos jovens brancos na mesma faixa etária.
A pesquisa também destaca a influência da necessidade de trabalhar como principal motivo para o abandono escolar entre os jovens de 14 a 29 anos, com 20% dessa faixa etária não estando ocupada nem estudando em 2022.
Esses dados da PNAD Contínua do IBGE apontam para a importância de políticas públicas voltadas para a educação, com um foco especial na redução das disparidades raciais e no apoio aos jovens que enfrentam desafios na busca pela educação e pelo emprego. Garantir o direito à educação para todos é fundamental para o desenvolvimento do Brasil.