Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A união de vários sonhos em um único propósito, assim surge o Coletivo 333, um grupo de Rap amazonense que se dedica a fomentar a arte nortista, com base nas vivências e percepções de seus membros acerca da sociedade.
Fazem parte do grupo: DJ Greg; MCs Koren, Benevides, DaCota MC, Haru, Gaspar e Dablio; Beatmaker LnDRO nos Beats; Kaike Dorval na produção; e Ste Vlogs no audiovisual, além de muitos outros que trabalham indiretamente com o Coletivo.
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O rapper manauara DaCota MC conta que inicialmente o grupo surgiu do interesse mútuo de jovens da periferia em fazer música e falar sobre os problemas e questões que eles enfrentavam na época, sejam elas pessoais e/ou políticas.
“Música, mensagem e representatividade, são os adjetivos que melhor se assemelham ao que desenvolvemos como grupo. É a junção de vários sonhos de periferia, tentando fazer valer e tentando fazer com que aconteça. Que a cultura chegue a quem precisa”
Dacota MC, rapper
O Coletivo também sempre está envolvido em ações sociais nas comunidades mais carentes de Manaus, arrecadando alimentos e roupas ou desenvolvendo ações de entretenimento para jovens.
“Eu poderia falar que a nossa música é o verdadeiro projeto social. Quando você ouve, acaba percebendo outras perspectivas, ouvindo relatos e lamentos que nunca pensou em ouvir. A gente faz pensar fora da bolha. Eu acredito que o nosso maior papel é resgatar vidas”, explicou DaCota MC.
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Segundo MC Haru, rapper do grupo, o Coletivo nasceu em meados de 2015 e 2016, da junção de quatro grupos da cena Rap independente manauara, que se uniram em propósito comum de dar voz às suas realidades, aspirações e lutas.
“Assim realizamos um dos principais projetos do 333, o “Poetas No Esgoto I“. O Coletivo foi fundado na comunidade Marreca City, no Centro de Manaus, onde os integrantes se encontravam para trocar ideia, fazer rimas e organizar projetos, trabalhando sempre juntos”
MC Haru, rapper
Já o rapper MC Koren, explica que o intuito do grupo ao lançar o primeiro projeto era o de garantir seu espaço na cena Rap manauara, pois seus membros não tinham abertura para rodas de rima, por exemplo.
“Quem dominava a cena manauara era os ‘playboys’, a própria burguesia. Os caras só faziam eventos em casas de show caras. Em lugares inacessíveis para a comunidade. Por isso a gente decidiu criar o nosso próprio movimento, onde a periferia teria voz”, completou.