Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Temas polêmicos dominaram as discussões durante o “Debate do Futuro”, realizado no Novotel Manaus, neste domingo, 15/9, e mediado por Cynthia Blink.
O destaque ficou para as acusações de compra de votos e uso da máquina pública nas campanhas dos candidatos David Almeida (Avante), atual prefeito, e Roberto Cidade (União), aliado do governador Wilson Lima (União).
O evento, que foi transmitido ao vivo no Instagram da jornalista, na Rádio Mix 100.7 FM e no YouTube do portal Diário da Capital, trouxe à tona duras críticas de opositores, que acusaram os dois candidatos de práticas eleitorais questionáveis.
Amom Mandel (Cidadania), em uma de suas falas, colocou em pauta a questão da compra de votos. “Eu sou contra a compra de votos. Na minha caminhada como candidato a prefeito de Manaus, tenho visto, no meu dia a dia, várias lideranças bandeirando para candidatos, sem prestar contas no sistema da Justiça Eleitoral. Isso cheira à compra de votos”, afirmou Amom, ao questionar Capitão Alberto Neto (PL) sobre sua visão a respeito.
Alberto Neto reforçou as críticas, apontando diretamente para o prefeito David Almeida e para Roberto Cidade, os acusando de utilizar a estrutura do poder público para impulsionar suas campanhas.
“Eu sei que o atual prefeito está usando a máquina, colocando comissionados e funcionários para irem às ruas bandeirar. A marionete do governador está colocando todas as secretarias nos fins de semana, bandeirando, obrigando os comissionados a fazer isso. Isso é um rompimento da democracia”, afirmou o candidato, concluindo com um apelo: “Diga não à compra de votos.”
Mandel destacou que, além da compra de votos, a utilização da máquina pública por alguns candidatos comprometem a lisura do pleito de 2024. “A gente tem que combater a corrupção e a compra de votos em Manaus. Hoje, temos candidatos à Prefeitura de Manaus utilizando a máquina pública e subterfúgios de forma totalmente desleal. Faço um apelo para você que está nos acompanhando: não aceite isso”, afirmou o candidato do Cidadania.
Amom encerrou suas declarações fazendo um apelo direto aos eleitores: “Sei que você precisa colocar comida na mesa, você precisa de emprego. Mas, no dia 6 de outubro, o voto é secreto. Não vote em quem está desviando dinheiro da saúde, da educação ou da segurança da nossa cidade”.
Gestão na educação
Além das trocas de acusações sobre o uso da máquina pública, o debate foi marcado por propostas voltadas à melhoria dos serviços essenciais, com destaque para a gestão na educação.
Gilberto Vasconcelos (PSTU) abordou a valorização dos professores e a necessidade de um reajuste salarial real acima da inflação, com base no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Manaus. O candidato afirma que “os professores não tiveram aumento. Eles só têm, às vezes, a reposição da inflação. Não tem aumento real há décadas”, afirmou Vasconcelos.
Ele destacou que o crescimento do PIB da cidade deveria ser repassado diretamente aos salários dos professores, como forma de melhorar a qualidade da educação.
Wilker Barreto (Mobiliza) criticou a gestão educacional tanto do governo estadual quanto municipal, alegando que houve uma “crescente de piora” no setor. Sua proposta inclui a criação de um Fundo Municipal de Educação Infantil, que destinaria 10% da arrecadação do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) exclusivamente para a educação.
“Educação começa pela valorização do profissional e pelo cuidado com o dinheiro público”, destacou Barreto, afirmando que o fundo poderia garantir R$ 1 bilhão em investimentos na educação infantil ao longo de quatro anos. Ele também alertou para o grave problema das 150 mil crianças que estão fora das creches em Manaus, evidenciando a urgência de reformas no setor.