Caio Silva – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Vereadores de Manaus reagiram, nesta terça-feira, 21/10, a um levantamento da Perspectiva – Mercado e Opinião, que aponta que a maioria da população não se sente representada pela Câmara Municipal de Manaus (CMM).
De acordo com a pesquisa, grande parte dos manauaras desconhece os canais oficiais da Câmara, raramente acompanha as sessões legislativas e demonstra desconfiança quanto à transparência e à independência dos vereadores em relação à Prefeitura de Manaus.
A percepção de representatividade também é extremamente baixa: 85,6% dos entrevistados afirmaram não se sentir representados por nenhum vereador de seu bairro, comunidade ou categoria profissional. Apenas 14,4% disseram sentir algum grau de representatividade.
Leia também: PL Nacional garante total apoio à pré-candidatura da Professora Maria do Carmo ao Governo do Amazonas
Reações dos vereadores
O vereador Rodrigo Sá (PP), em seu primeiro mandato, classificou os dados como “frustrantes” e “tristes”. Para ele, o cenário reflete um ceticismo generalizado da população em relação à política.
“Atribuo isso a uma desconfiança, um ceticismo em relação à classe política como um todo, não apenas à Câmara Municipal”, afirmou.
“Existe hoje uma ideia enraizada na sociedade de que político não presta, não trabalha, não entrega o que a população precisa. Essa pesquisa é reflexo disso”, concluiu.
Já o vereador Diego Afonso (União Brasil) reagiu com tom mais crítico à pesquisa. Para ele, os dados não refletem necessariamente a realidade vivida nas comunidades.
“Às vezes isso é só um termômetro do momento. Respeito qualquer instituto, mas a minha avaliação real é nos bairros, toda semana”, declarou.
Caso Rosinaldo Bual também é citado
Durante as entrevistas, os parlamentares também foram questionados sobre o caso do vereador Rosinaldo Bual, preso na Operação Face Oculta, que investiga a existência de “rachadinha” (devolução de parte dos salários) por servidores comissionados, além de suspeita do uso de assessores que não exerciam funções reais no gabinete.
Rodrigo Sá defendeu cautela nas manifestações da Câmara em relação ao caso e afirmou que é necessário aguardar o avanço das investigações. “Se eu disser que isso é bom, estaria mentindo. Não é bom para a Casa”, disse.
“Acho que precisa ter cuidado, parcimônia, e não julgamento apressado. O vereador ainda responde a inquérito, não foi denunciado formalmente. É preciso garantir o contraditório e a ampla defesa antes de qualquer posicionamento oficial”, completou.
Já Diego Afonso reforçou que qualquer caso envolvendo suspeita de corrupção afeta a imagem do Legislativo e destacou a importância da transparência.
“Qualquer indício de falta de lisura compromete este poder. É fundamental que todas as ações tenham o máximo de transparência, para que a sociedade compreenda cada passo dado por esta Casa e por cada vereador”, afirmou.
Apesar da prisão e da representação encaminhada pelo Comitê Amazonas de Combate à Corrupção, o processo de cassação do mandato de Rosinaldo Bual ainda não chegou oficialmente à Câmara Municipal de Manaus.
*Em colaboração com Julio Gadelha











