Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após diversas críticas nas redes sociais, o Ibama esclareceu em nota, divulgada na noite da quinta-feira, 20/4, sobre a multa aplicada contra o influencer Agenor Tupinambá por “exploração indevida de animais”. Também destacou que a capivara filó ainda não foi retirada da posse de Agenor.
Mesmo após o Ibama se posicionar, o deputado federal Felipe Becari (União-SP) afirma que a capivara ‘Filó’ permanecerá em seu território de origem. Na publicação, feita na noite da quinta-feira, 20/4, o parlamentar não apresenta detalhes sobre a decisão de permanência do animal em seu habitat natural.
A deputada estadual Joana Darc (União Brasil), também se manifestou nas redes sociais. “A gente só não quer que levem a Filó e os outros animais! O Deputado Federal e protetor de animais está atuando como negociador entre as partes, a gente e o Ibama”, afirmou a parlamentar.
Contexto
Morador de Autazes, no Amazonas, o influencer ficou conhecido após postar o dia a dia de convívio com animais da região, entre eles, a capivara ‘Filó’. A autuação do Ibama contra Agenor, realizada no dia 18 de abril, gerou repercussão negativa para a instituição.
Deputados, tanto do Amazonas quanto de outros estados, discordaram da decisão do Ibama e da possibilidade da capivara ‘Filó’ ser levada pelo órgão de fiscalização ambiental.
Diante disso, o Ibama comunicou que analisou o perfil das redes sociais de Agenor Tupinambá e constatou diversas irregularidades “ao uso da fauna silvestre”, como a retirada dos animais silvestres de seus territórios.
Conforme o órgão, entre as irregularidades, foi constatada a morte de uma preguiça que estava em posse do influencer, motivo pelo qual ele foi multado.
O Ibama também identificou nas redes sociais de Agenor “situações incompatíveis com os hábitos das espécies como por exemplo banho com produtos de higiene humana, uso de roupas e ornamentos”.
“Ao autuar o jovem por práticas proibidas na legislação ambiental, o Ibama cumpre o papel de resguardar a fauna silvestre brasileira. A divulgação de imagens do uso de animais selvagens como animais domésticos estimula a vontade de as pessoas retirarem esses animais do seu habitat natural e, principalmente, incentiva o tráfico de animais silvestres”, informou o órgão.
Autuações
Ao todo, o Ibama autuou o amazonense por quatro motivos:
1 – Morte de uma preguiça-real, situação confirmada por Agenor;
2 – Prática de maus-tratos contra animal silvestre (preguiça real);
3 – Uso de espécimes da fauna silvestre sem a devida permissão de autoridade competente (capivara e papagaio);
4 – Exploração da imagem de animal silvestre mantido em situação de abuso (capivara) e irregularmente em cativeiro.
De acordo com o Ibama, assim como ‘Filó’, nenhum outro animal ainda foi retirado da posse de Agenor Tupinambá. A decisão final sobre a permanência dos animais acontecerá após a finalização das investigações do órgão “para averiguar o estado de saúde e condições dos animais”.
“O Ibama defende, por determinação legal, que animais silvestres sejam mantidos em vida livre, onde prestam serviços ambientais de importância incalculável para a manutenção de um meio ambiente equilibrado”, diz a nota.