Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O aumento no preço dos ingressos do Festival Folclórico de Parintins 2026 gerou forte repercussão entre o público e levou o Ministério Público do Amazonas (MPAM) a pedir à Justiça a suspensão imediata das vendas, marcadas para começar nesta sexta-feira, 7/11.
Segundo o MP, os reajustes ultrapassam 200% em alguns setores, configurando prática abusiva. O ingresso avulso (para um dia) passou de R$ 500 para R$ 1.000 (81,8%), enquanto o passaporte para as três noites subiu de R$ 1.440 para R$ 3.000 (108,3%). Em setores como a arquibancada especial, o aumento total chega a quase 250%.
Ação do Ministério Público
Diante das críticas e da falta de transparência sobre os reajustes, as promotoras de Justiça Sheyla Andrade dos Santos (Prodecon – Defesa do Consumidor) e Marina Campos Maciel (3ª Promotoria de Parintins) entraram com um pedido de tutela de urgência para suspender a venda dos ingressos até que a empresa responsável, Amazon Best Turismo e Eventos Ltda., apresente justificativas econômicas e financeiras para os aumentos.
“Consideramos essa prática abusiva. O Ministério Público quer que a empresa explique o motivo de um aumento tão alto, para que o consumidor não seja prejudicado”, destacou a promotora Sheyla Andrade.
O MPAM também solicitou que todas as plataformas de venda online sejam retiradas do ar até que a situação seja esclarecida. Caso a determinação seja descumprida, a empresa poderá pagar multa diária de R$ 50 mil.
O Código de Defesa do Consumidor garante direito à informação clara e justa sobre produtos e serviços e proíbe aumentos sem justificativa, publicidade enganosa e práticas abusivas.
Preços e funcionamento do festival
De acordo com a Amazon Best, os ingressos para o Bumbódromo variam de R$ 500 a R$ 4.800, dependendo do setor:
- Passaporte arquibancada central (3 noites) – R$ 4.800
- Cadeira T1 (3 noites) – R$ 4.500
- Cadeira T2 (3 noites) – R$ 3.000
- Avulso arquibancada especial (1 noite) – R$ 1.316,67
- Meia-entrada – a partir de R$ 500
As vendas serão realizadas exclusivamente pela plataforma Bilheteria Digital, com 60% de ingressos inteiros e 40% de meias-entradas. O parcelamento poderá ser feito em até três vezes sem juros, sendo cobrado juros a partir da quarta parcela.
O festival de 2026 acontecerá nos dias 26, 27 e 28 de junho. A área “Galera”, setor popular do Bumbódromo, continuará com entrada gratuita, sob controle da Secretaria de Cultura.
Reação do público
O aumento dos preços gerou críticas nas redes sociais, com internautas reclamando sobre “elitização do festival”.
“A ideia é vender só pra quem tem dinheiro mesmo. Não é possível”, comentou um usuário. “Com esses valores, tá mais barato fazer um cruzeiro pela costa brasileira do que ir para o Festival de Parintins”, escreveu outro.
Alguns usuários lamentaram a perda do caráter popular do evento. “Saudade de quando o festival era pro povo, feito pelo povo! Agora é para os ricos”, disse uma internauta. “Prefiro a época antes do efeito Isabelle Nogueira, quando o festival ainda era nosso”, completou outro.
Veja o documento na íntegra:
*Com informações da Assessoria











