Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Cerca de 91,9% de todos os 62 municípios do amazonas tem como principal meio para o descarte de resíduos, os lixões a céu aberto. Esse é o maior percentual do país divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Estão na sequência os estados do Maranhão (86,2%), Roraima (85,7%) e Pará (82,6%). O Ceará (80,9%) também está na lista dos estados com maior número de municípios que descartam detritos em aterros sanitários.
A pesquisa também destaca os estados mais desenvolvidos, como São Paulo (3,3%) e Santa Catarina (2,6%), com percentuais baixos de municípios com lixões, o que evidencia as desigualdades regionais no país.
Leia também: Lenda amazônica? lixão continua sem solução em Parintins
No dia 28 de junho deste ano, a equipe de reportagem do Portal RIOS DE NOTÍCIAS esteve na lixeira pública do município de Parintins, a 369 quilômetros de Manaus, para mostrar a realidade no entorno do local. Há pelo menos 30 anos a população da região sofre com os transtornos causados pelo aterro sanitário.
“Falam tanto de solução, nunca dão uma solução, né? Não dão nada, nada. Pergunta desses políticos se tem algum projeto para amenizar essa situação? Pode até ter, mas será que vão fazer? Falar é fácil. Tem dias que é pior, quando chega o inverno, é horrível”, desabafou um morador.
Conforme o levantamento, os aterros sanitários, considerados a solução ambientalmente mais adequada para a destinação de resíduos, estão presentes em 28,6% das cidades brasileiras. Os aterros controlados, que representam uma alternativa intermediária entre lixões e aterros sanitários, são usados para a destinação de resíduos em 18,7% das cidades.
O estudo teve como base as prefeituras de 5.570 cidades brasileiras. Criada em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) previa que todos os municípios brasileiros substituíssem os lixões por aterros sanitários até 2020.