Letícia Rolim – Rios de Notícias
PARINTINS (AM) – O Festival de Parintins começa nesta sexta-feira, 28/6, mas há pelo menos 30 anos a população local sofre com os transtornos causados pelo aterro sanitário devido a proximidade com as residências da ilha e com o Aeroporto Regional Júlio Belém. A falta de solução se tornou uma lenda.
Conhecida por ser palco do maior Festival a céu aberto do mundo, Parintins sofre com problemas que os mais de 120 mil turistas que visitam a cidade precisam lidar por poucos dias, diferente da população que convive com isso há décadas.
A equipe de reportagem do Portal RIOS DE NOTÍCIAS esteve na lixeira pública do município para mostrar a realidade do depósito de lixo que causa diversos problemas de saúde e ambientais.
A indignação é um sentimento presente na vida da população que mora em torno do lixão. Em época de eleições, as autoridades prometem mudar a realidade do local que não tem recebido tratamento adequado, o que torna a área fonte de transtornos.
Um morador que preferiu não se identificar, relembrou as promessas feitas por políticos e que nada foi feito até então.
“Falam tanto de solução, nunca dão uma solução, né? Não dão nada, nada. Pergunta desses políticos se tem algum projeto para amenizar essa situação? Pode até ter, mas será que vão fazer? Falar é fácil. Tem dias que é pior, quando chega o inverno, é horrível”, desabafou o morador.
A festa e o lixo
Enquanto Parintins se enche de cores e alegria durante o maior festival a céu aberto do mundo, um bairro inteiro vive uma realidade marcada pelo odor e pelo descarte inadequado de resíduos.
De um lado da cidade, turistas e moradores se reúnem para prestigiar os pontos turísticos e acompanhar o Festival Folclórico de Parintins. No entanto, os problemas ambientais do outro lado são ignorados, permanecendo fora do foco das celebrações e das políticas públicas.
Além das residências, uma das principais instituições de ensino do município, o Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP/UEA), também sofre com os transtornos causados pelo lixão.
Localizada na Estrada Odovaldo Novo, próximo à Cidade Garantido, a instituição enfrenta diariamente os impactos do lixo. Nos períodos de chuva, o problema do odor se intensifica, enquanto na seca, o risco de queimadas aumenta.
Essas queimadas liberam uma fumaça muitas vezes tóxica, devido às chamas em polímeros e resíduos plásticos. A fumaça agrava ainda mais a situação.
Por diversas vezes, o Aeroporto Regional Júlio Belém teve as atividades suspensas por conta dos urubus que se aglomeram no entorno do local.
A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Parintins a fim de saber quais medidas estão sendo tomadas para solucionar o problema no local, mas até o fechamento da matéria não recebeu retorno. O espaço segue aberto.