Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Diferente do restante do país, os consumidores dos estados no Norte não verão alterações nos preços dos combustíveis com a nova política da Petrobras. Com a privatização da única refinaria de petróleo da região, localizada em Manaus, a precificação final da gasolina, etanol e gás de cozinha é realizada pelo grupo Atem.
A Petrobras anunciou, na terça-feira, 16/5, o fim da política baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI). Com isso, a precificação dos combustíveis não será mais vinculada ao mercado internacional de petróleo.
A medida já trouxe impactos diretos em alguns postos de combustíveis do país, os quais reduziram os preços. Isso porque a nova política leva em consideração os custos da cadeia produtiva de petróleo no Brasil, e não mais os gastos da importação e cotação do petróleo no mercado internacional.
No entanto, conforme o coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Amazonas (Sindipetro-AM), Marcos Ribeiro, o fim do PPI não terá impacto nas vendas de combustíveis da região Norte.
Desde o dia 1º de dezembro de 2022, a empresa Atem’s Distribuidora detém o controle da antiga refinaria Isaac Sabbá (Reman), privatizada durante o governo Bolsonaro.
“A nossa refinaria que foi vendida para o grupo Atem, além de abastecer o estado do Amazonas, abastecia também os outros estados da região. Hoje, a Petrobras não influencia em nada nos preços dos combustíveis no Amazonas e na região [Norte]. Então, não vai impactar em nada, porque quem dita o preço dos combustíveis é a Atem”
Isaac Sabbá, coordenador do Sindipetro-AM
![](https://www.riosdenoticias.com.br/wp-content/uploads/2023/05/refinaria.jpeg)
Conforme os dados da Agência de Petróleo, gás e biocombustíveis (ANP), poucos dias após a venda da refinaria para a Atem, o preço médio da gasolina por litro aumentou de R$ 5,04 para R$ 5,19 no dia 10 de dezembro de 2022. Dois meses depois, em fevereiro de 2023, o preço médio subiu para R$ 5,58.
Petrobras
Para o superintendente de fiscalização de abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, gás natural e biocombustíveis, Francisco Nelson, o histórico da Petrobras é de um balanço positivo, tendo o governo um papel importante em decisões estratégicas.
Ele defende ser “natural” que o governo decida uma política de preços mais adequada para o desenvolvimento econômico do país.
“A Petrobras não faz nada para tomar prejuízo. Ela vai encontrar um ritmo de fazer o equilíbrio que atenda o seu acionista majoritário que é o governo, de ter preços razoáveis, e também de ter sustentabilidade econômica para manter sua atratividade no sistema financeiro e nas bolsas”
Francisco Nelson, representante da ANP