Caio Silva – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Professores da Escola Estadual Dom João de Souza Lima, na zona Norte de Manaus, denunciam arbitrariedades e práticas autoritárias por parte da atual gestão escolar. Segundo os relatos, essas condutas teriam resultado na remoção e perseguição de servidores que discordam da administração.
A denúncia foi enviada ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS e aponta um cenário alarmante na unidade: assédio moral, adoecimento de profissionais da educação, perseguições sistemáticas e falhas na condução da rotina escolar.
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Acusações contra a gestão
De acordo com os professores, diversas denúncias foram registradas junto à Ouvidoria da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) e ao Ministério Público do Estado (MP-AM), mas os órgãos ainda não teriam tomado medidas efetivas.
“O ambiente de trabalho está tomado pelo medo, autoritarismo e desgaste emocional. A situação piora com a omissão da Seduc e o abandono da escola pelo gestor, que é completamente ausente”, afirmou um servidor, sob condição de anonimato.
Segundo os relatos, o diretor da escola, identificado como Joaquim Ferreira Nascimento Neto, está frequentemente ausente, alegando compromissos relacionados a um curso de doutorado, o que estaria comprometendo a gestão da escola. O diretor não foi encontrado pela reportagem para comentar sobre as denúncias. O espaço segue aberto para manifestações.
Alunos usam cigarros eletrônicos
Vídeos enviados à reportagem mostram alunos utilizando cigarros eletrônicos (vapes) nas dependências da escola e realizando danças de teor sexual durante o horário escolar. Os professores apontam que a gestão tem se mostrado negligente na manutenção da disciplina e segurança dos estudantes.

Prejuízo ao ambiente escolar
O denunciante relata que o clima de tensão afeta diretamente a qualidade do ensino. “A perseguição e a falta de apoio à categoria desmotivam os professores, interrompem o andamento das aulas e destroem o ambiente escolar. No fim, quem mais sofre são os alunos, privados de uma escola saudável e acolhedora”, destacou.
Ainda segundo ele, vários professores foram removidos da unidade de forma arbitrária, mesmo após encaminharem denúncias formais ao MP-AM e à Ouvidoria da Seduc.
Denúncia feita ao Ministério Público:
Saúde mental abalada
Um dos professores entrevistados relatou que desenvolveu problemas psicológicos em decorrência do ambiente hostil. Ele afirma ter sido afastado por motivos de saúde mental e, ao retornar, foi surpreendido com um documento da direção acusando-o de faltas injustificadas — apesar de todos os afastamentos estarem devidamente documentados.
O docente também contou que foi deslocado para lecionar Português, mesmo sendo professor de Inglês e havendo vaga disponível na sua disciplina de origem. A prática, segundo ele, seria comum na rede estadual, gerando insatisfação e desgaste entre os profissionais.
Pedidos e apuração
As denúncias formalizadas ao Ministério Público do Amazonas incluem uma série de acusações contra a gestão da escola: decisões arbitrárias, uso de policiamento em ações disciplinares, favorecimento entre servidores, insultos a profissionais, remoções injustificadas, falta de transparência administrativa e possível irregularidade no controle da merenda escolar — com relatos de alimentos vencidos ou estragando.
Também foram relatadas suspeitas de irregularidades em obras de infraestrutura e a realização de ações para arrecadação de recursos — como bingos e rifas — sem respaldo oficial.
Os professores pedem investigação imediata, medidas protetivas às vítimas, o afastamento do atual diretor e a restauração de um ambiente escolar justo, seguro e respeitoso para alunos e servidores.
Resposta da Seduc
Procurada pelo riosdenoticias.com.br, a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas informou que os casos relatados estão sendo acompanhados e que foram instauradas sindicâncias e abertos processos administrativos disciplinares para apurar as denúncias.
Sem resposta da escola
A reportagem também entrou em contato com a direção da Escola Estadual Dom João de Souza Lima, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações da instituição.











