Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O presidente do Atlético Amazonense, Henrique Barbosa, e sua companheira Júlia Marques foram presos, na manhã desta segunda-feira, 26/6, por suspeita de corrupção envolvendo o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Marques é servidora e diretora da unidade hospitalar.
A gerente financeira do 28 de Agosto, Querciane Alves, também foi presa. Os três são alvos da “Operação Jogada Ensaiada” do Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio do GAECO/AM e pela 70ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção ao Patrimônio Público.
A identidade da quarta pessoa presa pela ação ainda não foi revelada. Ao todo, a operação resultou em seis mandados de busca e apreensão, além das quatro de prisões.
Conforme o MPAM, os suspeitos estariam envolvidos em um esquema de corrupção, licitação fraudulenta e lavagem de dinheiro. A ação criminosa envolvia o favorecimento de uma empresa para o fornecimento de serviços de agente de portaria ao hospital público. A contratação em valores exorbitantes causou um prejuízo de R$ 2 milhões aos cofres públicos.
O MPAM aponta que o esquema foi revelado a partir de investigações em uma partida do futebol amazonense com fortes indícios de manipulação, o qual teria envolvimento do presidente do Atlético Amazonense, Henrique Barbosa.
O caso ganhou repercussão nacional, após um zagueiro do Atlético Amazonense fazer um gol contra. Desde então, o MPAM tem realizado investigações sobre o caso.
Em nota enviada ao portal Rios de Notícias, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) informou que os suspeitos da ação criminosa já foram afastados dos cargos. Também destacou que o Hospital 28 de Agosto já possui um novo gestor interino.
Veja a nota na íntegra:
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) esclarece que não compactua com qualquer prática criminosa e informa que todos os servidores envolvidos em operação deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), foram afastados dos seus cargos. A secretaria reforça que está colaborando com as investigações. Por fim, a SES informa ainda que a unidade já está sendo administrada por um gestor interino.
Contas reprovadas
A servidora Júlia Marques já carrega um histórico de irregularidades na administração pública. Em 2021, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) decidiu reprovar as contas do Hospital e Pronto-Socorro da Criança, na zona Oeste de Manaus, em 2018, durante a gestão de Júlia como diretora da unidade hospitalar.
Ela foi multada na época em R$ 15 mil. Entre as irregularidades, o TCE identificou fracionamento de despesas e pagamentos de forma irregular por meio de processos indenizatórios e ausência de nota explicativa do balanço patrimonial.