Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O número de roubos de veículos na capital amazonense apresentou uma queda de 24% nos primeiros sete meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, uma notícia que poderia ser vista como um alívio para a população.
Em 2023, de janeiro a julho, Manaus registrou 630 ocorrências de roubo de veículos. Já no mesmo período deste ano, o número caiu para 482 casos. Em todo o ano passado, foram contabilizados 1.083 registros de roubo de veículos na capital.
O levantamento foi realizado pelo Portal RIOS DE NOTÍCIAS com base nos dados do Painel de Indicadores Criminais de Roubo a Veículos da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
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A análise dos dados mostra uma tendência de diminuição nas ocorrências desse crime na cidade, sendo este o terceiro ano consecutivo a apresentar reduções. O último aumento ocorreu em 2021, com 2.243 registros de roubo de veículos na capital.
No Amazonas
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho, também apresentou dados relacionados ao furto e roubo de veículos no Amazonas.
Em relação ao furto de veículos, o estado apresentou uma queda de 24,5%, o que colocou o Amazonas na 3ª posição entre os estados com a maior redução do Brasil.
Logo em seguida, pelo quarto ano consecutivo, aparece o roubo de veículos com uma queda de 19,4%, sendo a 11ª maior redução nacional.
Relato e insegurança
Embora os números indiquem uma redução nos roubos de veículos em Manaus, a sensação de insegurança ainda é uma realidade para muitos moradores da capital amazonense. O relato da corretora de imóveis Sara Vasconcelos, que teve seu veículo roubado há três anos, é um exemplo dessa percepção.
Sara relembra o episódio traumático, quando, grávida do seu segundo filho, foi abordada por criminosos e teve seu carro levado. Desde então, ela não obteve notícias sobre o veículo e lamenta a falta de apoio e de comunicação por parte das autoridades.
“Eu nunca fui chamada na delegacia para ser ouvida. Sempre fui por conta própria e as informações eram as mesmas. Nunca veio uma autoridade policial na minha casa para me dar algum retorno”, desabafou.
Na época, a corretora estava grávida do seu segundo filho, o impacto do roubo foi profundo, não apenas financeiramente, mas também emocionalmente.
“É um baque muito grande, primeiramente emocional e depois financeiro. Eu fiquei com crises de pânico por quase um ano depois, até mesmo após o nascimento do meu filho. Todo mundo que se aproximava de mim, eu achava que ia me roubar, que ia fazer alguma coisa. E não foi a única vez que fui assaltada, já tive outras experiências e isso deixa uma sensação constante de pânico, medo de que possa acontecer novamente”, contou a corretora.
Sara ressalta a importância de um enfoque mais amplo na segurança pública, apontando a necessidade de proteger também os pedestres e os usuários do transporte coletivo.
“Nossos governantes precisam trazer mais segurança para quem anda no transporte coletivo, para quem anda a pé, para quem fica nas paradas de ônibus esperando esses ônibus. Precisamos de um olhar atento para esses outros aspectos da insegurança na cidade”, completou.