Elen Viana – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Pais e responsáveis por crianças com autismo denunciaram ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS a constante falta de medicamentos na Unidade de Saúde da Família (USF) Maria Leonor Brilhante, localizada na avenida Autaz Mirim, bairro Tancredo Neves, zona Leste de Manaus. Entre os remédios em falta estão a Risperidona e a Amitriptilina, usados no controle de sintomas como agressividade e irritabilidade em pacientes com o transtorno.
Segundo os relatos, a ausência desses medicamentos é recorrente e se agravou nos últimos meses. Desde a última quarta-feira, 2 de abril — data que marca o Dia Mundial de Conscientização do Autismo — a unidade permanece sem os medicamentos, gerando ainda mais frustração entre os responsáveis.
“Fui na USF e não tinha Risperidona nem Amitriptilina. Os dois medicamentos ajudam a acalmar as crianças. E justo no dia dedicado ao autismo, também estavam em falta. Imagine nos outros dias. Isso acontece com frequência. Desde o ano passado, esse problema só tem piorado”, desabafou o pai Augusto da Silva.
Tratamento interrompido
A dona de casa Jussara Costa de Souza, mãe de Francisco Emanuel, de 15 anos, também diagnosticado com autismo, relata que mesmo quando há reposição de um medicamento, o outro geralmente está em falta. Essa situação, segundo ela, compromete a continuidade e eficácia do tratamento.
“Geralmente a gente consegue pegar um dos remédios, mas raramente os dois juntos. A maioria das vezes não entregam a medicação completa. E você sabe como é difícil levar nossos filhos aos especialistas. Como é que fica o tratamento sem a medicação necessária?”, questionou Jussara.
Medo de retaliação
Outro problema apontado por pais e responsáveis é o medo de retaliações por parte dos profissionais da unidade quando há denúncias sobre a falta dos medicamentos. Muitos relatam receio de sofrer represálias após reclamar ou buscar explicações junto à equipe da USF.
“Os pais têm medo de serem perseguidos. Quando a gente faz alguma reclamação na UBS, muitas vezes o servidor acaba ‘marcando’. Sempre dizem que o remédio não chegou, mas não tem como a gente confirmar. Acaba tendo que aceitar a palavra deles”, acrescentou Augusto.
Sem resposta
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA) para solicitar esclarecimentos sobre a falta de medicamentos e as denúncias feitas pelos usuários da unidade, mas até o momento da publicação não obteve retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.