Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em alusão ao Outubro Rosa, a Faculdade Santa Teresa (FST), localizada no bairro Vieiralves, zona Centro-Sul de Manaus, realizou, na última terça-feira, 28/10, um encontro especial voltado à conscientização e prevenção do câncer de mama, do colo do útero e à discussão dos direitos das pacientes oncológicas, no auditório da instituição.
De acordo com a direção da FCecon, no Amazonas, uma mulher morre de câncer a cada dois dias. Os tipos mais recorrentes são o câncer de mama e o de colo uterino. A ação integra as iniciativas de responsabilidade social da Faculdade Santa Teresa e reforça o compromisso da instituição, sob a liderança da professora Maria do Carmo Seffair, mantenedora da FST, em promover atividades que estimulem o conhecimento, a prevenção e o cuidado com a saúde da mulher.
A professora Lúcia Viana, coordenadora do curso de Direito da FST, destacou que, diante desse cenário alarmante, é essencial discutir a realidade da doença no estado e seus impactos sociais e jurídicos.

“No Amazonas, mulheres morrem de câncer e, para discutir o tema sob a ótica do Direito, organizamos um painel com a Procuradora de Justiça Cláudia Raposo da Câmara, que abordou os direitos e a legislação voltados às pacientes oncológicas, as decisões judiciais sobre o tema, além da participação dos médicos oncologistas Gerson Mourão e Mônica Bandeira de Melo, reconhecidos por sua atuação no combate ao câncer”, afirmou Lúcia Viana, mediadora do encontro.
Nomes que são referências nas áreas da saúde e do direito compartilharam conhecimentos, experiências e avanços importantes na luta contra o câncer no Estado. Gerson Mourão, diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), falou sobre os avanços estruturais na saúde feminina.
“Pela primeira vez, o Amazonas celebra o Outubro Rosa com a implantação do Cepcolu, iniciativa que busca reduzir o alto índice de mortes por câncer de mama no Estado. Outra conquista foi a equiparação do direito à mamografia: antes, mulheres do SUS só podiam realizar o exame a partir dos 50 anos e a cada dois anos, enquanto as de planos privados tinham direito anual a partir dos 40. Agora, todas podem fazer a mamografia a partir dos 40 anos. Além disso, um novo fluxo criado na FCecon reduziu o tempo de espera entre a detecção de um nódulo e a realização da biópsia de 14 para 4 meses, permitindo diagnósticos mais rápidos, maior preservação das mamas e mais vidas salvas”, destacou Mourão.

Idealizadora do Cepcolu, Mônica Bandeira de Melo explicou que o centro é um avanço significativo na prevenção do câncer do colo do útero.
“Agradeço à Faculdade Santa Teresa pela oportunidade. O Cepcolu é um hospital-dia com quatro consultórios ginecológicos, salas cirúrgicas e anfiteatro para capacitações. É dedicado à cirurgia de conização, que remove lesões pré-malignas e impede a evolução para o câncer do colo do útero, causado pelo HPV — um câncer 100% evitável. Em sete meses, já realizamos mais de 500 cirurgias, que antes levavam um ano, e nossa meta é atingir 2 mil intervenções por ano”, explicou a diretora.
Direitos das mulheres com câncer
A promotora de Justiça Cláudia Maria Raposo da Câmara, da 54ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa de Direitos Humanos à Saúde Pública, destacou que as mulheres têm direito ao acesso a consultas, exames, diagnóstico e, pelo SUS, a todo o tratamento necessário, incluindo cirurgias, medicamentos e acompanhamento multidisciplinar, sendo dever do estado garantir esses direitos.


“As mulheres sem acesso a tratamento podem buscar o Ministério Público ou a Defensoria Pública, órgãos responsáveis por garantir e defender os direitos à saúde oferecidos pelo SUS”, explicou a promotora.
Doações de alimentos
De acordo com a coordenadora Lúcia Viana, o Instituto Mama Vida foi escolhido para ser apoiado neste Outubro Rosa, com os alimentos arrecadados pela Faculdade Santa Teresa. Durante o evento, a entidade levou pacientes mastectomizadas que participaram de um desfile com lenços e de uma exposição fotográfica, promovendo autoestima e conscientização.
A presidente do Instituto Mama Vida, Aline Kenny, celebrou a parceria com a instituição de ensino.


“O Instituto já doou mais de 5 mil próteses mamárias externas no Amazonas e realiza visitas domiciliares para levar os alimentos doados pela FST, além de oferecer apoio e encorajamento a mulheres em tratamento que se encontram em situação de vulnerabilidade”, afirmou.











