Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A obesidade infantil é um problema de escala mundial, e no Brasil não é diferente. Os dados do Atlas Mundial da Obesidade apontam um cenário onde uma em cada três crianças e adolescentes no país podem ter obesidade daqui a 12 anos.
Neste Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida, 3/6, o portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou com uma especialista em nutrição para reforçar os cuidados preventivos e de combate a esse grave problema de saúde pública.
“A data traz um alerta sobre os riscos de saúde física, mental e os cuidados necessários para que essa criança entre na adolescência e fase adulta com qualidade de vida”
Sálvia Belota, nutricionista funcional
Obesidade infantil e ultraprocessados
![obesidade infantil alimentos ultraprocessados](https://www.riosdenoticias.com.br/wp-content/uploads/2023/06/naom_5a968c8fabffa-1024x576.jpg)
Conforme o estudo, cerca de 12,5% das meninas brasileiras estavam obesas, em 2020, enquanto que entre os meninos, a doença chegava em 18%. No entanto, o estudo alerta para um crescimento da obesidade infantil ate 2035, com 22% das meninas obesas e 35,4% dos meninos com a doença.
O estudo também revela que o crescimento da obesidade será maior entre as crianças, de 4.4 percentuais anualmente, enquanto que para os adultos o aumento será de 2,8 pontos percentuais.
No Amazonas, de acordo com o Atlas da Obesidade Infantil no Brasil 2019, cerca de 8,5% das crianças menores de 2 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade. Já entre as crianças de 2 a 4 anos, o percentual é menor: 4,5%.
Em relação às crianças de 5 a 9 anos, o Amazonas é o terceiro Estado no Brasil com o menor índice de obesidade nesta faixa-etária com 8,4%. O Estado que lidera o ranking é o Rio Grande do Sul com 18,4% de crianças de 5 a 9 anos com a doença.
Para a nutricionista, um dos principais vilões para o aumento da obesidade infantil no Brasil é o consumo dos alimentos industrializados, que contêm poucos nutrientes.
“A população mudou completamente a forma de se alimentar. Comida de verdade não é mais prioridade, e estamos sendo vencidos por uma comida rápida, de péssima qualidade que são os industrializados, processados, cheios de glutamato e extremamente nocivos à saúde, gorduras ruins e açúcares”, disse a nutricionista.
Alimentação e hábitos
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A obesidade infantil é caracterizada pelo excesso de peso em crianças de até 12 anos. De acordo com a nutricionista Sálvia Belota destacou que diversos elementos podem causar obesidade infantil, além da má alimentação, como “fatores genéticos, sedentarismo ou combinações desses fatores”.
Alguns hábitos do dia a dia podem desencadear a doença nas crianças, entre os quais, a nutricionista destacou o consumo de alimentos ricos em gorduras, alimentos industrializados em excesso, e o comportamento de pular refeições. “Essas atitudes diminuem a disponibilidade de nutrientes, que são necessários ao bom funcionamento do organismo”, explica Sálvia.
A nutricionista também destacou que outras doenças crônicas podem ser desenvolvidas a partir da obesidade infantil, “como câncer, hipertensão, diabetes, colesterol alto, triglicerídeos alto, doenças cardiovasculares, além de contribuir no agravamento de doenças respiratórias”.
Prevenção
A alimentação baseada em alimentos naturais é o melhor caminho para combater a obesidade infantil. “Precisamos resgatar o hábito de se nutrir com comida de verdade, de tudo aquilo que vem da terra e não das que são feitas pelas máquinas”
Sálvia Belota, nutricionista funcional
Ela explica que a prevenção pode ser feita com atividade física diária e qualidade alimentar. “Não é comer e sim se alimentar com nutrientes necessários a esta grande máquina que é nosso corpo“.
O tratamento para reverter a obesidade, conforme a nutricionista, passa pelo acompanhamento nutricional, psicológico e por hábitos alimentares mais saudáveis seguidos por toda a família. “Também é necessário sair do sedentarismo, então se exercitar é primordial, partindo sempre do que vai lhe dá prazer”.