Elen Viana- Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quinta-feira, 6/11, durante discurso na cúpula de chefes de Estado que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a construção de um plano global para acabar com o uso de combustíveis fósseis.
Lula destacou que acelerar a transição energética e proteger a natureza são as formas mais eficazes de conter o aquecimento global. “Apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, afirmou.
O presidente também criticou interesses imediatistas que, segundo ele, prevalecem sobre o bem comum de longo prazo.
“É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, disse.
Exploração de petróleo na Foz do Amazonas
Apesar do discurso, em 24 de outubro, Lula autorizou a pesquisa para exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Ele justificou a medida afirmando que o país não deve abrir mão de recursos que podem melhorar a vida dos brasileiros e que o dinheiro obtido com o petróleo será usado para acelerar a transição energética do Brasil.
“Vamos continuar utilizando o dinheiro [do petróleo] para que o Brasil tenha cada vez mais condições de se ver livre do combustível fóssil. Mas, enquanto o mundo precisar, não vamos abrir mão de uma riqueza que pode melhorar a vida do povo brasileiro”, defendeu.
Especialistas apontam riscos ambientais
A bióloga e especialista em mudanças climáticas do WWF-Brasil, Flavia Martinelli, destacou que a presidência brasileira da COP30 envia uma mensagem importante ao mundo, mas que ainda são necessárias declarações mais diretas sobre adaptação climática.
“Para enfrentar a crise climática, precisamos resgatar o espírito de ‘mutirão’, palavra de origem tupi-guarani que significa coletividade e ação. Só assim poderemos caminhar para um mundo com menos poluição, mais natureza e mais qualidade de vida”, afirmou.
Flavia também chamou atenção para os riscos da exploração na Foz do Amazonas, região de vasta biodiversidade que pode ser gravemente afetada em caso de derramamento de óleo.
Em resposta a esses riscos, a Petrobras, a pedido do Ibama, construiu uma base de resgate de animais em Oiapoque, Amapá, para atuar rapidamente em caso de vazamentos e tentar proteger a fauna local.












