Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Largo São Sebastião, no coração de Manaus, se transformou desde o último sábado, 1º/11, em um espaço de encontro entre vozes, saberes e resistências amazônicas. A mobilização marca a jornada rumo à Cúpula dos Povos e à COP 30, que será realizada na próxima semana, em Belém (PA).
Nesta segunda-feira, 3/11, das 13h às 17h, o local recebe o “Grande Ajúri” e a “Tribuna das Amazonas”, rodas de diálogo e construção coletiva sobre justiça climática e direitos socioambientais. O destaque do encontro é a elaboração da Carta da Amazônia, documento que reunirá compromissos, denúncias e reivindicações dos povos da floresta diante dos desafios climáticos globais.
“Esse é o momento que demarca a semana pré-COP em Manaus. Estamos construindo um grande movimento iniciado na Semana das Águas, no Palácio Rio Negro, debatendo temas como empreendedorismo sustentável e saberes ancestrais. Nossa delegação levará a ‘Carta da Amazônia’ para ser apresentada na COP 30, em Belém”, explica Matheus Amazônia, ativista do movimento Converge Amazônia.
Paralelamente, o Largo abriga a Feira de Economia Solidária, Criativa, Popular e Circular, reunindo uma rica diversidade de produtos sustentáveis e artesanais, biojoias, perfumaria natural, peças de decoração e gastronomia regional. Todos os itens são produzidos por indígenas, ribeirinhos e lideranças comunitárias de diversas etnias, muitas das quais participarão diretamente da COP 30.

Os produtos, que também serão expostos em Belém, são feitos com sementes da floresta, fibras vegetais e matérias-primas amazônicas, valorizando práticas sustentáveis e o manejo responsável dos recursos naturais.
“Estamos animados com a produção da Carta, que traz propostas e denúncias de diversas comunidades. É um esforço coletivo de amplificar as vozes da floresta. Na Cúpula dos Povos, na UFPA, vamos representar os seis grandes biomas do Brasil. E no dia 15 de novembro, participaremos da grande marcha global, em convergência com movimentos de todo o planeta”, acrescenta o ativista ambiental.
Cultura, ritmo e resistência
A programação segue à noite, a partir das 19h, com o Festival Amazônico, que traz ao Largo a Batalha da Malta do Conhecimento e da Justiça Climática. MCs e rappers manauaras transformam palavras em luta e arte em esperança, em uma celebração de honra e memória dos guardiões da floresta e dos povos da Amazônia.











