Iris Fontenele – Rios de Noticias
BRASIL – A Justiça de São Paulo rejeitou, nessa terça-feira, 19/8, o pedido da defesa do influenciador digital Hytalo Santos e de seu marido, Israel Vincente, para que fossem transferidos para a Penitenciária de Tremembé, no interior paulista — conhecida por abrigar presos famosos.
Em vez disso, o casal será enviado para uma unidade prisional na Paraíba, estado onde são investigados por uma série de crimes contra crianças e adolescentes.
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O caso, que ganhou repercussão nacional, envolve denúncias de exploração sexual infantil, tráfico humano, trabalho infantil artístico irregular e a produção e divulgação de conteúdo sexualizado envolvendo menores.
As investigações estão sendo conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba e pelo Ministério Público do Trabalho.
Decisão judicial
Na decisão, o juiz Hélio Narvaez foi enfático ao negar o pedido da defesa: “Não cabe ao preso escolher o local em que pretende permanecer recluso”, escreveu, ressaltando que transferências devem levar em consideração “questões de segurança pública e a organização do sistema prisional”.
Os advogados de Hytalo e Israel alegaram que a permanência no presídio de Tremembé seria mais segura, principalmente por se tratar de um caso de grande repercussão e pelo fato de o casal ser homossexual. Argumentaram ainda que a unidade ofereceria melhores condições de segurança e integridade física.
Apesar disso, o juiz reforçou que os réus devem ser mantidos no estado onde tramitam as investigações. O magistrado Antônio Rudimacy, da Paraíba, também já havia determinado que a transferência do casal para o estado nordestino “deve ocorrer o mais rápido possível”.
Situação carcerária atual
Até a tarde de terça-feira, 19/8, Hytalo Santos e Israel Vincente permaneciam no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona Oeste da capital paulista. A transferência para a Paraíba deverá ser feita assim que a Secretaria de Administração Penitenciária for notificada e concluir os trâmites de recambiamento.
O caso provocou debates nas redes sociais sobre a chamada “adultização” de crianças e adolescentes, prática que se tornou comum entre influenciadores e produtores de conteúdo infantil. A Justiça agora avança para aprofundar as investigações que envolvem aliciamento, abusos e irregularidades no uso da imagem de menores em ambientes digitais.












