Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS – O discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro na avenida Paulista, em ato de manifestação nesse domingo, 26/2, movimentou as investigações em seu entorno com relação à tentativa de um golpe de Estado no país, segundo informou a jornalista Malu Gaspar, no jornal O Globo.
“Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de Estado de Defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Deixo claro que Estado de Sítio começa com o presidente da República convocando os Conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não”, disse o ex-presidente.
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Segundo a avaliação de investigadores da Polícia Federal (PF), a fala de Bolsonaro sugere que o próprio precisou ter acesso ao conteúdo do documento que foi apreendido na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
No mesmo discurso, o ex-chefe do Executivo defende que a minuta do golpe seria constitucional, por prever um Estado de Defesa com amparo dos conselhos da República e da Defesa.
Porém, mesmo assegurando a legalidade do documento suspeito na trama de um golpe, Bolsonaro permitiu abrir um precedente para que os investigadores reforcem que houve discussões e uma preparação para impugnar a posse do então presidente eleito e diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após as eleições de 2022, como constava no documento.
Além disso, uma das minutas previa a prisão do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Uma das fontes ligadas à PF e que trabalham na investigação, explicou que pela legislação, o fato de haver minutas e a discussão delas por si só, configura como crimes. A fonte assegurou que o delito, para ser tipificado, basta que ocorra a conduta de atentar contra o Estado Democrático de Direito.