Redação Rios
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu “reformas profundas” nas instituições globais e ação urgente contra a crise climática durante seu discurso de abertura na Cúpula do Futuro, em Nova York, neste domingo, 22/9.
Ele destacou que os atuais mecanismos multilaterais de cooperação internacional não conseguem responder aos desafios do século 21.
Guterres alertou para o risco de o mundo estar “saindo do caminho”, com conflitos em várias regiões, incluindo a Ucrânia e o Oriente Médio, e afirmou que o sistema de segurança coletiva está ameaçado por divisões geopolíticas e a proliferação de novas armas. “Precisamos de decisões difíceis para voltar ao caminho certo”, afirmou.
Ele também destacou a necessidade de agir rapidamente para reduzir o uso de combustíveis fósseis, mencionando que as emissões continuam aumentando apesar do consenso sobre a urgência da ação climática. “A crise climática está destruindo vidas, devastando comunidades e prejudicando economias”, ressaltou.
O secretário-geral reforçou a necessidade de atualizar o Conselho de Segurança da ONU, tornando-o mais representativo, e reformar a arquitetura financeira internacional, estabelecida quando os países estavam sob domínio colonial. Ele enfatizou que a América Latina, assim como outras regiões do mundo, precisa ser melhor representada nos organismos internacionais para que suas necessidades e desafios sejam adequadamente atendidos.
Guterres afirmou que muitos países em desenvolvimento estão “afundando em dívidas” e não conseguem atender às necessidades dos seus habitantes. “A arquitetura financeira internacional foi estabelecida quando muitos dos países que se desenvolvem hoje estavam sob domínio colonial”, disse. Ele destacou que o sistema financeiro atual não é capaz de enfrentar os desafios contemporâneos, como a crise climática.
O secretário-geral ressaltou que o sistema financeiro precisa ser mais inclusivo e representativo da economia global atual, e que as instituições globais devem oferecer uma rede de segurança eficaz para os países em desenvolvimento. “Nosso mundo está passando por uma fase de turbulência e transição, e a atual arquitetura financeira não é suficiente para lidar com essas mudanças”, afirmou.
*Com informações da Agência Estado